O BTG Pactual (BPAC11) avalia o encerramento antecipado do mandato do CEO da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, que será substituído por Magda Chambriard, como algo surpreendente, embora essa possível saída já fosse repercutida pela mídia há algum tempo.
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Embora a troca em si, antecipada pelo Broadcast, seja vista como algo negativo pelos analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez, especialmente porque investidores começarão a precificar maiores riscos de interferência política na empresa, em relatório eles apontam que a visão inicial do banco sobre Chambriard é positiva.
“Apesar de acreditar que outra mudança na liderança da Petrobras vai dificultar a disposição dos investidores de atribuir um prêmio de risco menor à tese de investimento, nossa visão inicial sobre a Chambriard é positiva”, resumem os analistas, apontando que o cenário levará a Lei das Estatais a ser colocada à prova, especialmente depois da decisão do Conselho de Administração da Petrobras de reter o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas, no valor total de R$ 43 bilhões.
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Na época, a companhia alegou que a retenção seria para manter sua reserva de capital, já que pagamentos maiores eram vistos como uma ameaça potencial à capacidade de investimento. Em diversos veículos de mídia, especulou-se que essa seria uma decisão do próprio presidente Lula. Com o assunto em voga, Prates foi às redes sociais rebater os questionamentos sobre a administração da estatal. Para o banco, a saída do executivo pode ter sido motivada “por alguma insatisfação do acionista controlador com o ritmo de implantação do capex da empresa”.
Para o banco, embora o problema tenha sido resolvido com o conselho de administração aprovando a distribuição de 50% dos valores retidos, o BTG acredita “que o foco do governo permanece no crescimento e no cumprimento do capex delineado no Plano Estratégico da empresa”.