Por Ilana Cardial – Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, mas acumularam perdas na semana aprofundando o recuo de mais de 7% registrado na semana passada. As preocupações sobre possível recessão em grandes economias, como Estados Unidos, permeiam as negociações, enquanto um dólar mais fraco ante rivais deu algum apoio à commodity nesta sessão.
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para agosto fechou em alta de 3,21% (US$ 3,35), a US$ 107,62, na sessão, mas acumulou perda semanal de 0,34%. Já o de Brent subiu 2,80% (US$ 2,64), a US$ 109,10, hoje, e caiu 3,55% na semana.
A destruição de demanda por petróleo bruto está acontecendo nos EUA com uma perspectiva piorada do crescimento global, avalia o analista da Oanda Edward Moya. “O mercado de petróleo não ficará apertado por muito mais tempo, pois a atividade de fábricas está diminuindo rapidamente, a confiança dos negócios está claramente em modo de deterioração e o consumidor está gastando menos”. Para Moya, ainda que a inflação seja “o inimigo público número um”, a queda recente nos preços de petróleo foi exagerada. Por enquanto, o mercado do óleo está “muito apertado”, com o refino na Ásia em mínimas recordes, diz.
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Nesta semana, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano não divulgou dados sobre estoques de petróleo no país e informou que haveria atraso por problemas em sistemas. Em relatório publicado hoje, o órgão mostrou forte queda na capacidade global de produção excedente de petróleo entre 2021 e 2022. A estimativa é que a produção excedente de países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu 80% em maio, na comparação anual. A explicação é a menor oferta pela Rússia diante das sanções, afirma o DoE.
Já o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos Estados Unidos subiu 10 na semana, a 594, informou hoje a Baker Hughes, companhia que presta serviços no setor.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a proposta para impor limite aos preços do petróleo russo será debatida na próxima cúpula do G7, que deve ter início na próxima segunda-feira, 26.