Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta maior que 2% nesta terça-feira (26), impulsionados por tensões geopolíticas no Oriente Médio. O movimento levou de volta o Brent para o nível acima de US$ 80 o barril. Apesar de notícias sinalizando maior normalidade na navegação no Mar Vermelho durante o final de semana, uma série de eventos envolvendo forças opositoras na região voltou a aumentar os prêmios por risco da commodity, que vem de duas altas semanais. Neste quadro, soma-se ainda um apetite por risco diante das perspectivas para uma postura mais branda do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em 2024.
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Na New York Mercantile Exchange, o WTI para fevereiro fechou em alta de 2,73% (US$ 2,01), a US$ 75,57 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês subiu 2,53% (US$ 2,00), a US$ 81,07 por barril.
A Moller-Maersk anunciou no último domingo (24) que planeja reiniciar os embarques através do Mar Vermelho depois de interromper as operações no início deste mês, após ataques a seus navios. As forças Houthi do Iêmen atacaram nos últimos meses navios comerciais que transitavam pela região, aumentando os custos para os transportadores e levantando preocupações sobre a estabilidade do comércio através do Canal de Suez.
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No entanto, a autoridade de operações marítimas do Reino Unido (UKMTO) informou ter recebido relatos de que mísseis foram vistos e explosões ouvidas no Mar Vermelho hoje, na região próxima à cidade de Al Hudaydah, no Iêmen. Segundo o órgão, o caso está sendo investigado e os navios que circulam pela região foram aconselhados a ter cautela e reportar qualquer atividade suspeita.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou ataques contra grupos paramilitares apoiados pelo Irã no início da manhã desta terça-feira. O movimento é uma retaliação após três militares americanos ficarem feridos em um ataque de drone no norte do Iraque. Um dos soldados dos EUA sofreu ferimentos graves no ataque da véspera, segundo a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson. A milícia Kataib Hezbollah, apoiada pelo Irã, e grupos afiliados, reivindicaram a autoria.
A troca de fogo tem escalado na região desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro. Os EUA culpam o Irã de financiar e treinar o Hamas, e também pelos ataques dos Houthis. A administração Biden tem procurado evitar que a guerra Israel-Hamas se transforme num conflito regional mais amplo que possa abrir novas frentes de combate. Na última segunda-feira (25), um ataque aéreo israelense em um bairro de Damasco, na Síria, matou um general iraniano de alto escalão.