O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que a internacionalização do PIX entre países da América Latina é uma forma de integrar um bloco econômico regional sem falar de uma moeda comum. Campos Neto participou nesta manhã de uma palestra no evento IDP Summit, em Brasília.
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A defesa do PIX para integrar o Mercosul ocorre no momento em que o governo federal defende a criação de uma moeda comum para transações comerciais e financeiras entre Brasil e Argentina. O tema foi alvo de críticas pelo fato de o País vizinho viver uma crise econômica, inclusive com poucas reservas em dólares. Durante visita à Argentina em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a incorporação do mecanismo para aprofundar o vínculo entre as duas nações.
Campos Neto reforçou que Uruguai, Colômbia, Peru e Equador já fizeram reuniões bilaterais com Brasil para tratar sobre a integração do PIX. O Chile também entrou no radar.
Inovações
Em palestra sobre inovações no sistema financeiro e avanços tecnológicos, Campos Neto fez uma breve fala sobre as conquistas do PIX e do Open Finance. Em relação aos criptoativos, o presidente do BC avaliou que o grande debate é saber se há migração para uma economia tokenizada, com extração de valor a partir de um ativo de forma digital.
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Campos Neto avaliou que a moeda digital do Banco Central do Brasil (CBDC) é diferente de outras moedas no mundo, já que visa fomentar negócios no País. A moeda, segundo ele, não precisará de nova regulação e será feita a partir de tokenização de depósitos.
O presidente do BC reforçou que o Brasil será um dos primeiros países a ter um piloto da moeda digital, o real digital, que sairá no mês que vem.
Campos Neto chegou ontem de uma viagem a Bangalore, na Índia, para participar da reunião financeira das 20 maiores economias do mundo (G20). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi ao evento.
Antes do presidente do BC, o ministro do Supremo Tribunal Federal e sócio do IDP, Gilmar Mendes, fez um breve discurso. Ele lembrou a inflação que vigorava no Brasil nos anos 80 e afirmou que o País era atormentado por “inflação exagerada” e “de um mês”. “(Hoje) temos um debate de inflação de 5% ao ano, portanto isso mudou deveras”, avaliou.
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