- Depois de encerrar a última sexta-feira (1) a R$ 5,86, no segundo maior valor nominal da história, o dólar hoje passa por um movimento de correção
- Às 11h58, a moeda americana tinha queda de 1,58% frente o real, na mínima da sessão, a R$ 5,777
- Mercado vê melhora pontual em dois dos principais fatores que pressionaram o dólar na semana passada, o fiscal no Brasil e as eleições nos EUA
Depois de encerrar a última sexta-feira (1º) a R$ 5,86, no segundo maior valor nominal da história, o dólar hoje passa por um movimento de correção. Às 11h58, a moeda americana tinha queda de 1,58% frente o real, na mínima da sessão, a R$ 5,777.
Leia também
A queda do dólar reflete a melhora pontual em dois dos principais fatores que vinham pressionando o câmbio. No cenário doméstico, investidores cobram já há algum tempo que o governo entregue um pacote de medidas voltado ao corte de gastos públicos, capaz de viabilizar os compromissos prometidos no arcabouço fiscal e impedir um descontrole das contas no País.
Essa incerteza pressiona os ativos brasileiros, mas bateu o seu auge na sexta-feira, com a notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passaria a semana na Europa. O estresse vinha do entendimento de que o pacote de corte de gastos não seria anunciado tão cedo quando o mercado gostaria. O ministro cancelou a viagem, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e está reunido nesta segunda com o chefe do Executivo para dar andamento ao tema.
“Haddad já havia criticado o que considera uma reação excessivamente temerosa do mercado, mencionando que algumas posições podem estar exageradas. A decisão de Lula reforça a percepção de que o governo está preocupado com a recente alta do dólar e dos juros, o que pode sinalizar ao mercado um possível compromisso com a contenção de gastos”, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.
Eleições no EUA impactam o dólar
Lá fora, o grande tema da semana é a eleição presidencial nos Estados Unidos. A disputa entre o ex-presidente Donald Trump e a atual vice-presidente Kamala Harris está bastante acirrada, mas o posicionamento do mercado para uma possível vitória republicana vinha ajudando a manter a tendência de dólar forte nas últimas semanas.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Mas uma nova leva de pesquisas de intenção de voto mostrou a candidata democrata à frente de estados importantes, como Iowa. Harris viu suas chances de vitória subir nas bolsas de aposta, um outro fator que ajuda a promover certo alívio no câmbio nesta segunda-feira.
“A última pesquisa presidencial realizada no estado de Iowa, que mostra uma virada de Kamala Harris sobre Trump, deixou o mercado ainda mais agitado”, destaca Diego Gardi, gerente comercial e analista da B&T Câmbio. “A semana promete ser mais uma vez bastante volátil para o câmbio, especialmente com a reunião do Federal Reserve logo após as eleições presidenciais americanas, o que trará incertezas sobre os rumos da política nos EUA.”