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Poupança tem maior saque da história em janeiro após ano de captação recorde

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  • Foi o pior resultado desde o início da série histórica, iniciada em 1995
  • O maior saque líquido mensal da poupança havia sido de 12,356 bilhões de reais, em janeiro do ano passado

(Reuters) – A tradicional caderneta de poupança registrou saída líquida de 18,153 bilhões de reais em janeiro, interrompendo uma série de dez meses de captação líquida, informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira.

Foi o pior resultado desde o início da série histórica, iniciada em 1995, em desempenho que coincidiu com o fim da concessão do auxílio emergencial aos mais vulneráveis pago pelo governo em medida de enfrentamento à crise da Covid-19.

Até então, o maior saque líquido mensal da poupança havia sido de 12,356 bilhões de reais, em janeiro do ano passado. Com a eclosão da pandemia da Covid-19 e seus impactos sobre a economia, contudo, a aplicação passou a receber fluxos crescentes. Apenas em maio, a captação líquida foi superior a 37 bilhões de reais.

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No acumulado do ano de 2020, houve entrada líquida de 166,310 bilhões de reais, maior valor da série.

No mês passado, os saques superaram os depósitos em 16,643 bilhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve retirada líquida de 1,510 bilhão de reais.

Na visão de José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, enquanto esteve vigente durante o ano passado, o auxílio emergencial constitui um incentivo às famílias a pouparem recursos, tendo em vista a perspectiva do fim das transferências em dezembro.

“Como elas (famílias) sabiam que em algum momento esse auxílio ia acabar, as famílias têm o incentivo para poupar uma parte desse auxílio para suavizar o consumo ao longo do tempo de tal forma que, quando acabasse o auxílio, elas pudessem utilizar essa poupança feita para evitar uma redução muito drástica no consumo.”

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Em um cenário de não renovação da medida, a projeção da Genial é de que a poupança feita ao longo de 2020 seja utilizada ao longo dos próximos meses pelas famílias, diminuindo a poupança mas evitando ao mesmo tempo uma queda do nível da atividade no início deste ano.

“Nossa estimativa é que você tenha aí algo próximo a três, quatro meses de despoupança, que vai se transformar em consumo, demanda, e vai evitar uma queda brusca do crescimento”, complementou.

O governo pagou um total de 293,11 bilhões de reais em auxílio emergencial em 2020, segundo dados do Tesouro. Este ano, foram pagos até o momento 280 milhões de reais, em repasses ainda relativos ao ano passado.

A poupança, cujos ganhos são isentos do pagamento de imposto de renda, tem ganho em atratividade com a taxa de juros em níveis recordes de baixa (hoje em 2% ao ano). A aplicação rende 70% da taxa Selic quando o juro básico está em até 8,5% ao ano. Caso a Selic fique acima desse patamar, a poupança passa a render 0,5% ao mês mais Taxa Referencial –que está em zero

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