Nuvens sobre a sede do Federal Reserve, banco central dos EUA, em Washington 26/05/2017 REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, antecipou nesta quarta-feira que o BC americano quer agir “de modo agressivo” e manter o rumo até concluir a “tarefa” de fazer a inflação voltar à meta de 2%. “Queremos estar em posição de ter juros reais positivos em toda a curva. Continuaremos a avaliar se a política monetária está no lugar certo”, garantiu, durante coletiva de imprensa, após o BC divulgar decisão de aumentar juros em 75 pontos-base e revisar projeções da economia americana.
Powell destacou que, sem a estabilidade de preços, a economia não funciona para ninguém. “Queria que houvesse meio indolor de conter a inflação, mas infelizmente não há. Pessoas realmente estão sofrendo com a inflação, temos de superá-la”, defendeu.
O banqueiro central admitiu que a luta contra a inflação deve requerer um mercado de trabalho mais fraco e menos crescimento econômico. “Há grande probabilidade de período de crescimento abaixo da tendência e isso pode levar a alta no desemprego, mas precisamos ter isso”, afirmou. “A economia tem desacelerado, e o setor imobiliário tem enfraquecimento significativo”, acrescentou.
No entanto, Powell ponderou que há razões para acreditar que a economia seguirá razoavelmente forte. “Caso a economia coincida com a previsão do Fed, será um bom resultado”.
Com relação ao mercado de trabalho, monitorado de perto pelo BC, o banqueiro afirmou que há pouca evidência, por ora, de que ele está desacelerando. “O mercado de trabalho segue extremamente apertado e desequilibrado, e o crescimento do emprego tem sido robusto”, disse.
O dirigente ainda comentou que o Fed está atento às condições internacionais, como a guerra na Ucrânia. “Fatores como preços de commodities mais contidos podem ajudar a conter a inflação”, ressaltou.