Mercados têm esperança de pacote nos EUA e aqui, esperam IPCA e balanços

(Estadão Conteúdo) – A semana será agitada por uma agenda robusta no Brasil com IPCA, vendas no varejo, pesquisa de serviços e balanços de peso como o do Banco do Brasil. Os balanços também ficam em destaque na agenda externa, assim como o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, além da expectativa com o novo pacote fiscal dos Estados Unidos.

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No exterior, a segunda-feira começa positiva diante da esperança de novos estímulos nos EUA e de que a economia dos EUA seja reaberta com a vacinação de sua população contra a covid-19.

Há pouco, os futuros de Nova York, maioria das bolsas europeias e petróleo estavam em alta. Sobre os estímulos nos EUA, a expectativa é que o presidente Joe Biden retome negociações nesta semana, após a aprovação na semana passada de resoluções que facilitam a tramitação do pacote. Apesar do tom positivo, o investidor monitora a vacinação também na Europa, que está indo num ritmo bem mais lento do que o esperado.

No Brasil, o bom humor externo tende a impulsionar os negócios locais, mas o investidor também monitora a Petrobras, após a confusão de sexta-feira em torno dos preços de combustíveis, e diante de dúvidas sobre o quão eficaz será a lua de mel entre o Planalto e o Congresso para avanço das reformas.

O JP Morgan, por exemplo, se mostrou cético sobre as chances de aprovação das reformas administrativa e tributária este ano. A eficácia do governo em avançar com o processo de imunização segue no foco, uma vez que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fechou a semana passada sem bater o martelo na compra de novas vacinas. Hoje fica no foco a reunião do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para tratar do projeto de autonomia do BC.

Na política, após a eleição de aliados do governo para o comando do Congresso fica no radar uma reforma ministerial. O Centrão estaria de olho nos espaços atualmente ocupado por generais, como as pastas da Saúde, chefiada pelo general Eduardo Pazuello, e de Minas e Energia, comandada pelo almirante Bento Albuquerque, e setores da Infraestrutura, de Tarcísio Gomes.

Vale lembrar que na sexta-feira saiu a notícia de que Bolsonaro discute recriar o Ministério do Planejamento, hoje sob o guarda-chuva do ministro da Economia, Paulo Guedes, o que diminuiria seu poder no governo.

AGENDA IPCA, VAREJO, SERVIÇOS E BALANÇOS NO BRASIL – A agenda local ganha tração a partir de amanhã, com o IPCA de janeiro. Na quarta-feira tem as vendas no varejo de dezembro e balanço da Klabin. Na quinta-feira sai a pesquisa de serviços de dezembro, além de balanços como o Banco do Brasil, Multiplan e Cosan. Na sexta-feira serão divulgados o IBC-Br de dezembro, IGP-10, e balanços da Usiminas, Suzano e Alpargatas.

POWELL E BALANÇOS NO EXTERIOR – No calendário internacional da semana são esperados o CPI da China e balanço do Twitter (amanhã); CPI e PPI dos EUA, discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e balanço da GM (quarta-feira); balanços da Walt Disney, AstraZeneca e Commerzbank (5ªF); PIB do Reino Unido e produção industrial da zona do euro (sexta-feira). Hoje, o presidente do BoE, Andrew Bailey, participa de audiência do Comitê do Tesouro britânico (12h30). A presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de debate no Parlamento Europeu (13h15). A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, participa de evento nos EUA (14h00).

PRODUÇÃO INDUSTRIAL DA ALEMANHA FICA ESTÁVEL – A produção industrial da Alemanha ficou estável em dezembro ante novembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pela Destatis, a agência de estatísticas do país. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam acréscimo de 0,6% no período. Em todo o ano de 2020, a indústria alemã produziu 8,5% menos do que em 2019.

RESERVAS INTERNACIONAIS DA CHINA CAEM US$ 5,9 BI EM JANEIRO – Após dois meses seguidos de aumentos, as reservas internacionais da China diminuíram em janeiro, segundo dados publicados no fim de semana pelo PBoC, como é conhecido o banco central chinês. No fim de janeiro, as reservas da segunda maior economia do mundo totalizavam US$ 3,211 trilhões, representando queda de US$ 5,9 bilhões em relação a dezembro.

VACINAÇÃO LENTA NA EUROPA – As esperanças da Europa de vacinar a maior parte de sua população até o fim do verão do Hemisfério Norte estão desvanecendo em meio a atrasos na produção e erros de aquisição da União Europeia, que está comprando doses para o bloco. O ritmo lento está exasperando os cidadãos, que temem cada vez mais que a pandemia continue a moldar suas vidas durante a maior

EUA/YELLEN: PLANO DE AJUDA PODE RESTAURAR EMPREGO EM 2022 – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse neste domingo que o país ainda está em um “buraco profundo” no que diz respeito ao mercado de trabalho e que há “um longo caminho a percorrer” para a recuperação. Ela afirmou, contudo, que o plano de alívio de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden pode gerar crescimento suficiente para restaurar o pleno emprego no próximo ano.

METABASE BRUMADINHO ENTRA COM AÇÃO CONTRA VALE – A juíza titular da 5ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de Betim (MG), Vivianne Célia Ferreira Ramos Correa, marcou para o próximo dia 23 audiência inicial virtual de uma ação contra a Vale impetrada pelo sindicato Metabase Brumadinho. A ação pleiteia indenização de R$ 3 milhões para cada um dos 130 empregados diretos da companhia mortos na tragédia. Somado aos honorários de 20%, o valor total pedido à Vale atinge R$ 470 milhões.

LIRA EXONERA MAIS DE 500 NA MESA DIRETORA DA CÂMARA – Para acomodar as indicações de partidos aliados, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), está promovendo uma “limpa” nos cargos comissionados ligados ao grupo político derrotado. Um ato da Mesa Diretora, assinado por Lira, determinou a exoneração de todos os ocupantes de cargos em comissão, de natureza especial. As exonerações passaram a valer desde sexta-feira, 5, e devem ter atingido mais de 500 funcionários, segundo cálculos do grupo de Lira.

BOLSONARO DIZ QUE VAI OUVIR MINISTÉRIOS ANTES DE SANCIONAR MP DA ANVISA – O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que vai seguir o rito normal e esperar pareceres do Ministério da Saúde e outras pastas antes de decidir sobre um eventual veto a artigos da Medida Provisória aprovada pelo Senado na quinta-feira que abre margem para a entrada de vacinas no País mesmo sem o crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na sexta-feira, o presidente do órgão regulador, Antonio Barra Torres, ameaçou ir ao STF contra a brecha para o aval de vacinas. Em nota, no domingo, os servidores Anvisa rebateram as críticas do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), porta-voz da insatisfação dos parlamentares, e afirmaram haver “falsa impressão” de “inoperância” na agência. Os servidores se colocaram contra o prazo de cinco dias para analisar vacinas já autorizadas emergencialmente no exterior, imposto pelo Congresso, como ameaçou Barros.

JUSTIÇA PROÍBE FORD DE DEMITIR EM CAMAÇARI – A Ford está impedida, por liminar expedida pela Justiça do Trabalho, de demitir os funcionários da fábrica de Camaçari (BA), fechada no mês passado, antes de terminar de negociar com o sindicato as indenizações trabalhistas. Da mesma forma, a montadora não poderá suspender durante essas negociações, e enquanto vigorem os contratos de trabalho, o pagamento dos salários de seus funcionários, assim como as licenças remuneradas dos trabalhadores.

Por volta das 7h30 Dow Jones futuro subia 0,32%.

S&P500 futuro tinha alta de 0,26%.

Nasdaq futuro subia 0,37%.

Bolsa de Londres subia 0,75%.

Bolsa de Frankfurt avançava 0,21%.

Bolsa de Paris se valorizava 0,57%.

Euro estava em US$ 1,2027, de 1,2049 no fim da tarde de sexta-feira.

Libra era cotada a US$ 1,3694, de US$ 1,3739 no fim da tarde de sexta-feira em NY.

Dólar valia 105,65 ienes, de 105,37 ienes no final da tarde de sexta-feira em Nova York.

Barril do petróleo WTI para março avançava 1,15% na Nymex, a US$ 60,02.

Barril de petróleo Brent para abril subia 1,09%, a US$ 557,47.

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