Mercado

Pré-mercado: Exterior mostra cautela antes de payroll

As atenções também ficam nos discursos do presidentes do Fed

Pré-mercado: Exterior mostra cautela antes de payroll
Foto: Envato Elements

Os mercados globais estão à espera dos números do relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, de novembro para ajustar suas apostas para a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) daqui a 12 dias. Veja tudo o que o E-Investidor produziu sobre payroll.

As atenções também ficam nos discursos do presidentes do Fed de Richmond, Thomas Barkin (11h15), e o de Chicago, Charles Evans. No Brasil, a produção industrial é o único destaque desta sexta-feira.

Há uma certa cautela nos mercados, com maioria das bolsas em queda no exterior, antes do payroll, indicador tido como crucial para o Fed tomar suas decisões de política monetária. Em meio às apostas de desaceleração do ritmo de aperto de juros, a expectativa de analistas é de criação menor de vagas, taxa de desemprego estável e menor aumento do salário médio por hora.

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O CME Group apontava nesta manhã 79,4% de chance de uma alta de 50 pontos-base dos juros no dia 14/12, após o Fed ter elevado a taxa em 75p.b por quatro vezes seguidas.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou ontem, no entanto, que há “um longo caminho a percorrer em termos de onde está a meta da taxa básica 2,00%”. Outros dirigentes do Fed, Michelle Bowman e Michael Barr, também trataram de moderar ontem as expectativas do mercado por um aperto monetário mais brando, ressaltando que a inflação ainda está alta e há muito trabalho a ser feito.

E a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse nesta sexta-feira que a política monetária é complicada por incertezas e que os BCs precisam garantir que os preços ao consumidor retornem à meta oficial. A falta de tração das bolsas internacionais deve se refletir no Ibovespa, assim como o dólar mais fraco pode ser positivo para o real, especialmente se o dado americano confirmar desaceleração.

Os juros, por sua vez, podem oscilar entre margens mais estreitas, com foco já na semana que vem, quando deve haver avanços na tramitação da PEC da Transição, que pode ser votada no Senado, e há expectativa também com anúncio do futuro ministro da Fazenda.

Ganha terreno um modelo híbrido, que mistura a proposta do PT com a de Tasso Jereissati (PSDB-CE), que mantém a regra existente e só eleva o teto em R$ 80 bi. Por este meio-termo, a retirada do teto ficaria restrita aos R$ 70 bilhões do Bolsa Família.

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Além disso, lulistas sinalizam reduzir de quatro para dois anos o período em que será permitido furar o teto de gastos. Em entrevista coletiva, o ex-ministro Aloizio Mercadante disse que o gasto extrateto em 2022 já está em torno de R$ 150 bilhões e que, ainda assim, faltam recursos para vários programas. E o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que faz parte do grupo de transição, indicou que a nova gestão pode alterar o plano estratégico da Petrobrás.

Mercadante disse que o governo eleito vai representar ao Ministério Público, Justiça Eleitoral e órgãos de controles como o Tribunal de Contas da União (TCU) pedido para investigar irregularidades no crédito consignado do Auxílio Brasil. Aliados de Arthur Lira (PP-AL) buscam alternativas para desbloquear o orçamento secreto sem precisar da PEC da Transição.

O ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro deve aceitar o convite para ser ministro de Defesa e Lula deve fazer o anúncio na próxima semana, com mais um ou dois nomes para o primeiro escalão do novo governo.

AGENDA

PAYROLL DOS EUA E INDÚSTRIA DO BRASIL EM DESTAQUE – A agenda desta sexta-feira, 2, traz o relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos em novembro (10h30).

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A expectativa de analistas é de criação menor de vagas (+200 mil, de +261 mil em outubro), taxa de desemprego estável em 3,7% e salário médio por hora com alta de 0,3%, de 0,4% no mês anterior.

Ainda nos EUA, são esperados discursos do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin (11h15) e do Fed de Chicago, Charles Evans (12h15 e 16h00). Aqui no Brasil, destaque à produção industrial de outubro (9h00).

A mediana das estimativas do Projeções Broadcast aponta para queda de 0,1% na margem, de -0,7% em setembro.

POR VOLTA DAS 7H20

Barril do petróleo WTI para janeiro tinha alta de 0,07% na Nymex, a US$ 81,28, e o do Brent para fevereiro subia 0,14% na ICE, a US$ 87,00.

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No mercado futuro em Nova York, o Dow Jones caía 0,03%, o S&P 500 tinha baixa de 0,02% e o Nasdaq cedia 0,09%. Na Europa, a bolsa de Londres tinha queda de 0,25%, Frankfurt subia 0,32%, Paris baixava 0,07%.

Na renda fixa, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 4,201% (de 4,231%), o da T-note de 10 anos subia a 3,524% (de 3,507%) e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,633% (de 3,608%).

Entre as moedas, o dólar cedia a 134,19 ienes (de 135,25 ienes), a libra subia a US$ 1,2260 (de US$ 1,2246) e o euro recuava a US$ 1,0520 (de US$ 1,0528). Já o índice DXY tinha queda de 0,20%, a 104,520 pontos.