Uma proposta do governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para limitar o preço do petróleo da Rússia é vista com ceticismo por alguns analistas do setor de petróleo e por agentes financeiros, os quais questionam se os americanos e seus aliados podem de fato ditar o preço de venda global de um grande fornecedor da commodity. Funcionários da Casa Branca, do Tesouro americano e do Departamento de Energia receberam uma série de ligações e realizaram encontros nas últimas semanas com bancos, seguradoras de transporte marítimo e petroleiras sobre a ideia de limitar o preço, segundo pessoas ligadas ao assunto. As conversas ocorrem em meio a esforços diplomáticos com a China, e Europa e outros para conseguir apoio ao plano.
Leia também
O limite ao preço está no cerne dos esforços do Ocidente para impor penas econômicas mais duras sobre a Rússia pela invasão da Ucrânia neste ano. Os EUA e a União Europeia já agiram para vetar importações de petróleo russo em seus portos, mas autoridades agora tentam limitar a receita da Rússia com suas vendas globalmente e também evitar preços de energia muito elevados durante um momento de alta inflação. Autoridades da Rússia afirmam que a economia deles não tem sido freada por sanções do Ocidente, enquanto as americanas dizem que as sanções prejudicam o esforço de guerra russo.
Alguns participantes das conversas, porém, mostram dúvidas sobre se o plano é viável. A Rússia pode encontrar alternativas, o que criaria distorções de mercado e oportunidades de arbitragem, enquanto algumas autoridades russas disseram que podem se recusar a vender petróleo com um teto de preço. Funcionários do Tesouro americano têm afirmado que a Rússia continuaria a ter um incentivo econômico para vender petróleo sob o limite de preços, ou poderia prejudicar sua capacidade de produção, e que eles pretendem elaborar o limite de modo que bancos, seguradoras e outros possam facilmente cumpri-lo.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A Índia e a China são os dois maiores mercados para o petróleo russo, mas não estão alinhados com as sanções lideradas pelos EUA. Funcionários nesses países já começaram a arranjar seguros alternativos para o transporte de petróleo do país. O petróleo da Rússia é atualmente negociado cerca de US$ 30 o barril abaixo dos preços de referência globais, pelas preocupações legais e políticas, com a guerra na Ucrânia. Fonte: Dow Jones Newswires.