O presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Guilherme Maranhão, acredita na possibilidade de uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês, processo no mercado financeiro em que uma empresa passa a ser de capital aberto com ações negociadas na Bolsa de Valores) de empresa brasileira neste segundo semestre, aqui ou nos Estados Unidos.
“É bem possível que a gente tenha IPO ainda este ano, porque é um mercado de janelas. Se as companhias enxergarem essa oportunidade vão aproveitar”, disse Maranhão em entrevista à imprensa.
Se o IPO é no mercado local ou externo, Maranhão ressalta que a decisão tem menos relação com o cenário macroeconômico e está mais ligada com a natureza da companhia, se é mais doméstica ou mais ligada ao exterior.
No Brasil, não ocorre um IPO desde agosto de 2021. No exterior, a última empresa a lançar ações foi o Nubank (ROXO34), em dezembro de 2021. Na semana passada, a empresa do grupo Cosan (CSAN3) que opera com a fabricação e venda de lubrificantes, entrou com pedido confidencial de IPO nos Estados Unidos.
Sem IPO, as captações no mercado de ações no primeiro semestre somaram R$ 4,9 bilhões, com seis ofertas subsequentes (follow-on), bem abaixo dos R$ 13,5 bilhões do mesmo período de 2023, e dos R$ 38 bilhões da primeira metade de 2022.
As estatísticas de captações com ações podem melhorar esta semana, com a oferta que vai privatizar a Sabesp (SBSP3) – R$ 16 bilhões – e com a Eletrobras (ELET3) vendendo ações que detém da Isa Cteep (TRPL4) – R$ 3,5 bilhões. As duas operações fecham amanhã, quinta-feira (18).