Com patrimônio de R$ 237,6 bilhões, o Plano 1, o maior da Previ, vem reduzindo a exposição à renda variável e aumentando sua participação no segmento de renda fixa. Atualmente, a fundação tem investimentos em 90 empresas, sendo que em 34 delas tem uma fatia superior a 1% do capital.
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“Temos a política de investimento como norte, as análises são técnicas. Estamos sempre olhando as oportunidades. Se entendemos que a companhia entregou os frutos e encerrou o ciclo no portfólio da Previ, fazemos um plano de desinvestimento e seguimos buscando outras oportunidades, em renda variável, com boas pagadoras de dividendos, ou na renda fixa”, explica Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos da entidade. Segundo ele, a carteira de renda variável está em contínuo rebalanceamento.
Em renda fixa, Gonçalves destaca que a Previ já conseguiu equilibrar as obrigações relacionadas aos pagamentos de benefícios com o vencimento dos títulos em carteira até 2060, mas segue de olho em eventuais oportunidades.
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“Já zeramos o gap duration até 2060 e estamos sempre olhando para os papéis do governo que pagam IPCA acima da meta atuarial”, revelou.
O Plano 1 está maduro, com 105 mil dos 108 mil participantes recebendo aposentadoria ou pensão, e vive a fase de pico de pagamentos. Em 2023, foram pagos R$ 16 bilhões. Segundo o diretor de Participações, Fernando Melgarejo, o valor deve ser mantido nos próximos dois anos, antes de começar a cair. Em 2050, os pagamentos devem se igualar à metade da cifra atual.
Por isso, a exposição em renda variável vem caindo, enquanto a de renda fixa está subindo, na estratégia de Liability Driven Investment (LDI), ou investimento orientado ao passivo. A fatia em ações recuou de 59%, em 2012, para os atuais 32,6%. O resultado, em 2023, foi de rentabilidade de 13,5%, acima da meta atuarial, de 8,63%, com superávit acumulado de R$ 14,38 bilhões.
Já no Previ Futuro, que está em acumulação e conta com R$ 32 bilhões em ativos, a gestão busca performance. “São reservas individuais nas quais o participante escolhe o perfil de risco que quer tomar. São oito perfis, com quatro risco-alvo e quatro ciclos de vida. Em 2023, o perfil mais conservador entregou 13,9% de rentabilidade e o arrojado, de quase 16%”, cita Gonçalves.
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A Previ vem aperfeiçoando a sua política de investimentos e sua governança, destacam os diretores. “A nossa política de investimento é formatada pelos técnicos da diretoria de Planejamento – cujo titular é eleito pelos associados -, levada ao colegiado paritário de seis diretores e submetida ao Conselho Deliberativo, que é o órgão máximo da Previ, também paritário, com metade dos membros indicada e metade eleita. Depois, revisada anualmente, com horizonte de sete anos”, diz Melgarejo.
“Uma das diretrizes da política de investimento é a imunização. Quanto menos volatilidade, mais aderente à política de investimento. Por isso, buscamos empresas maduras, com histórico e capacidade de pagamento de dividendos, além de aspectos ASGI [ambiental, social, de governança e de integridade]”, afirma.
“No ano passado, fizemos uma série de movimentos para reforçar a governança. Revisamos a política de compras e contratações; atualizamos a matriz de risco corporativo; vinculamos a ouvidoria ao Conselho Deliberativo, revisamos a estrutura de controles internos; e fizemos ajustes na auditoria externa”, afirma Melgarejo. Também foi criada uma área de Inovação na diretoria de Planejamento.
Ainda no ano passado, foi criada uma gerência de Alocação Estratégica, que faz as sugestões de aportes para cada perfil. As recomendações são enviadas para o Comitê de Investimentos, que analisa a sugestão e faz ajustes ou aprova diretamente.
Investimento em casas de repouso
A poucos dias de completar 120 anos, a Previ também está estudando investimento em casas de atenção e cuidados para idosos. “Estamos buscando formas de investimento sustentável nesta área, com uma dupla conotação: melhorar a rentabilidade e dar apoio a associados”, conta o diretor de Participações da entidade. “Estamos estudando como participar de investimentos sustentáveis neste setor, sempre cuidando da liquidez e rentabilidade acima do atuarial, como em outras alocações.”
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“Nossa filosofia é de ‘associadocentrismo’. Queremos dar um amparo mais amplo ao associado na etapa pós-laboral, quando ele já está numa idade avançada e sem condições de ficar sozinho. Então estamos estudando alternativas para a longevidade e quebrando os preconceitos relacionados a locais voltados a idosos”, comenta Melgarejo.