- A Abradecont também pediu o bloqueio dos bens da PwC e acesso às investigações da CVM sobre o caso
- A entidade também pediu que a autarquia seja proibida de aprovar relatórios produzidos pela auditoria até que a situação da Americanas seja apurada
A PwC, empresa que realizava as auditorias da Americanas (AMER3), negou responsabilidade por “inconsistências contábeis” da varejista na ação civil pública proposta pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont). No processo, a Abradecont pede a responsabilização da auditoria e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por omissão e negligência.
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O rombo de R$ 20 bilhões detectado nas informações contábeis da Americanas levantou dúvidas entre investidores quanto ao trabalho realizado pela PwC, uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo. Com o escândalo, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial.
A Abradecont também pediu o bloqueio dos bens da PwC e acesso às investigações da CVM sobre o caso, além de pedir que a autarquia seja proibida de aprovar relatórios produzidos pela auditoria até que a situação da Americanas seja apurada.
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No entanto, a PwC, representada pelo escritório Sérgio Bermudes, afirma que as alegações da Abradecont são superficiais, sem provas e sem relação com as inconsistências contábeis na Americanas. Segundo os representantes da auditoria, os pedidos da Abradecont não têm urgência e são capazes de gerar “colossais prejuízos à PwC” e, ainda, a inclusão da CVM no processo é indevida.
“Nada do que se alega permite formular qualquer juízo, mesmo em tese, a respeito da suposta responsabilidade da PwC pelas inconsistências contábeis identificadas, tudo afastando a probabilidade do direito exigida para a concessão de qualquer medida cautelar”, disse a PwC na ação.
O caso IRB Brasil
Esse não é o primeiro conflito envolvendo a PwC. Em 2020, a gestora Squadra questionou a transparência da resseguradora IRB Brasil (IRBR3), que também era auditada pela PwC. Veja nesta reportagem quem é a PwC.
Desde fevereiro de 2020, quando a empresa foi envolvida em um escândalo de gestão que inflava os números dos seus resultados para aumentar os bônus dos gestores, as ações da IRB derreteram mais de 93% na B3. Os papéis da empresa que já foram negociadas acima de R$ 40 antes das cartas da gestora Squadra, chegaram a R$ 0,89 no último pregão na Bolsa.
Após consecutivas quedas nas ações da IRB, a companhia foi excluída da B3 por ter se tornado uma “penny stock”, alcunha dada a empresas cujos papéis são negociados por menos de R$ 1.