O nome mais cotado para substituir Jean Paul Prates no cargo de presidente da Petrobras (PETR3; PETR4) é o de Magda Chambriard. Ex-engenheira da petrolífera e ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Chambriard não deve encontrar resistência no conselho de administração da empresa, devido à longa experiência no setor.
Leia também
À frente da ANP entre 2012 e 2016, a executiva vinha atuando nos últimos anos como consultora de óleo e gás, além de ter desempenhado a função de diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ela também integrou a equipe de transição do governo, no final de 2022, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições daquele ano.
Chambriard chegou a disputar com Jean Paul Prates a mesma vaga na estatal, no início da gestão. Ela também conta com o apoio do presidente Lula para desempenhar a função de presidente da petrolífera. A demissão de Prates foi formalizada na última terça-feira (14), após o presidente Lula convocar o então CEO da principal estatal brasileira para uma conversa.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Além de atuar no setor petrolífero, Magda Chambriard é mestre em Engenharia Química, pela Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e graduada em Engenheira Civil, pela mesma instituição de ensino. É especializada em engenharia de reservatórios, avaliação de formações e produção de petróleo e gás.
Nos últimos meses, a Petrobras viveu momentos de intensa volatilidade por causa de conflitos envolvendo Prates e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. A gestão também ficou marcada pelo episódio da retenção dos dividendos extraordinários da petrolífera.
Como o mercado precifica a mudança?
A corretora XP Investimentos julga que o momento será desafiador para o início da gestão de Magda Chambriard, devido a pressões políticas vindas de fora da estatal. Além disso, considera o movimento como inesperado. A corretora ainda cita incertezas em relação aos riscos.
Por outro lado, a XP reconhece que Chambriard deverá encontrar uma forte geração de fluxo de caixa livre, um balanço patrimonial desalavancado e um portfólio de investimentos sólido.
Já o Goldman Sachs considerou a saída de Prates como negativa. Para o banco, o executivo era visto pelo mercado como conciliador dos interesses de investidores e do governo. “Observamos que a liderança da Petrobras mudou várias vezes no passado devido a desentendimentos entre a gestão e o governo – levando a queda no preço das ações nos dias seguintes aos eventos”, lembraram analistas do Sachs.
Publicidade
Os papéis PETR3 e PETR4 repercutem a demissão de Prates nesta manhã: as ações ordinárias de petrolífera despencam 8,76%, negociadas a R$ 39,17, enquanto as preferenciais caem 7%, vendidas a R$ 38,01, respectivamente.