A Moody’s Ratings atribuiu rating de crédito corporativo familiar (CFR) Ba1 à Raízen (RAIZ4) e retirou os ratings de emissor de longo prazo Baa3 da Raizen S.A. e da Raizen Energia. Simultaneamente, a agência rebaixou de Baa3 para Ba1 a classificação das notas seniores não garantidas de US$ 187 milhões com vencimento em 2027, emitidas pela Raizen Fuels Finance e garantidas pela Raizen S.A. e pela Raizen Energia. Os ratings permanecem sob revisão para possível rebaixamento.
Conforme a Moody’s, o rebaixamento do rating de crédito para Ba1 reflete a deterioração dos indicadores de crédito da Raízen, a alta alavancagem e a geração contínua de fluxo de caixa negativo. O nível atual de endividamento continua a impor restrições significativas aos negócios, dificultando a capacidade da Raízen de manter a geração de caixa positiva.
“Não prevemos uma recuperação significativa no curto prazo, na qual a empresa retorne a indicadores de crédito mais adequados ao grau de investimento, incluindo uma relação Dívida/Ebitda abaixo de três vezes e geração de fluxo de caixa livre positivo. Em nossa opinião, esses indicadores, juntamente com uma liquidez sólida, são necessários para mitigar a volatilidade inerente aos mercados de commodities aos quais a empresa está exposta no negócio de etanol de açúcar”, afirma a agência.
A Moody´s observa que o negócio de etanol de açúcar, em particular, exige investimentos de capital relativamente grandes para sustentar a qualidade das plantações e a produtividade agrícola, além de estar exposto a riscos consideráveis, incluindo condições climáticas. Ademais, nas safras de 2025/26 e 2026/27, espera que os preços do açúcar permaneçam baixos e que haja maior pressão de baixa sobre o etanol, com o etanol de milho aumentando a oferta total de etanol durante o período de entressafra.
Conforme a agência, a revisão continua focada em iniciativas que podem melhorar substancialmente a estrutura de capital da empresa, como um potencial aumento de capital próprio, atualmente em discussão entre os acionistas controladores Shell Plc e Cosan, e novas vendas de ativos. No terceiro trimestre de 2025, a Raízen recebeu R$ 900 milhões com desinvestimentos e tem outros R$ 3,9 bilhões a receber de vendas já anunciadas.
Desde 2024, lembra, a Raízen vem implementando um plano para aprimorar sua eficiência operacional e sua estrutura de capital, com o objetivo de permitir uma melhoria gradual na geração de fluxo de caixa. A empresa já demonstrou redução nas despesas gerais e administrativas; realizou desinvestimentos; reduziu despesas operacionais, de capital e dividendos; e conduziu a gestão de passivos para estender os vencimentos da dívida; medidas que acreditamos que a Raízen (RAIZ4) manterá.