O Bank of America (BofA) avaliou que a proposta de reestruturação aprovada pelo conselho de administração da Raízen S.A. (RAIZ4), para cisão parcial da companhia, com a transferência de parte de seu acervo líquido para a Raízen Energia, poderia levar à monetização de créditos fiscais, especialmente se concluir a venda dos ativos de distribuição na Argentina/Paraguai, conforme noticiado pela imprensa.
Segundo a empresa, o principal objetivo da reestruturação é otimizar a estrutura de capital e capturar ganhos de eficiência financeira. Para o BofA, no entanto, os benefícios devem ser principalmente fiscais.
A Raízen S.A. está transferindo para a Raízen Energia ativos totais de R$ 7,9 bilhões, sendo R$ 6,2 bilhões de participações em empresas controladas de distribuição de combustíveis, Raízen Argentina e Raízen Paraguai, e R$ 1,3 bilhão de impostos recuperáveis de longo prazo.
Do lado do passivo, R$ 7,6 bilhões se referem a transações entre partes relacionadas, principalmente associadas a operações de gestão de caixa entre a Raízen S.A. e empresas controladas. A Raízen também divulgou demonstrações financeiras pro forma da Raízen SA, mostrando perdas líquidas acumuladas de R$ 6,3 bilhões.
O BofA tem recomendação de compra para Raízen, com preço-alvo de R$ 2,70, o que representa uma alta potencial de 61,6% sobre o fechamento da última terça-feira (1º).