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Volatilidade na renda fixa vai seguir alta? Estrategista da BlackRock avalia

Segundo Axel Christensen, as condições no mercado de dívida mudaram significativamente nos últimos anos

Volatilidade na renda fixa vai seguir alta? Estrategista da BlackRock avalia
Renda fixa (Foto: AdobeStock)

O estrategista-chefe de investimento na América Latina da BlackRock, Axel Christensen, afirmou nesta terça-feira (16) que a renda fixa global deve continuar apresentando volatilidade mais alta do que antes da pandemia de Covid-19.

Durante seminário na sede da gestora em São Paulo, Christensen explicou que as condições no mercado de dívida mudaram de maneira significativa nos últimos anos. Em 2021, menos de 20% dos títulos públicos rendiam juros acima de 4%, enquanto agora essa parcela é superior a 4%, segundo o estrategista.

Ao mesmo tempo, Christensen diz que incertezas sobre a política monetária e a geopolítica ampliaram a instabilidade no segmento. Por isso, investidores devem buscar oportunidades para além do setor público, sobretudo o mercado de dívida privada, observa. “É preciso haver uma combinação entre investimentos no mercado público e no privado”, disse.

Investimento em infraestrutura

Christensen também afirmou que os países beneficiados pelo nearshoring precisam promover investimentos importantes em infraestrutura para capitalizar do fenômeno. Nearshoring é o movimento no qual empresas transferem as linhas produtivas para países mais próximos do mercado consumidor principal.

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O estrategista citou o México como um dos países mais bem posicionados neste contexto. Segundo Christensen, as autoridades mexicanas devem fazer investimentos, por exemplo, em energia renovável, uma vez que muitas das empresas com potencial para atuar no país assumiram rígidos compromissos climáticos. “Muitas companhias estão adotando equilíbrio entre a eficiência e a segurança da cadeia de oferta”, afirma.

Riscos e oportunidades no Brasil

Christensen reconheceu que a economia brasileira enfrenta “desafios” no curto prazo. Entre eles, o estrategista citou as chuvas no Rio Grande do Sul, a redução no ritmo de cortes de juros do Banco Central e incertezas quanto à posição fiscal.

Durante seminário nesta tarde, contudo, ele disse enxergar múltiplas oportunidades de crescimento em um horizonte de longo prazo. Segundo Christensen, o País pode se beneficiar da maior demanda por commodities em meio à transição da economia global para uma configuração mais sustentável. “Centros de dados terão mais demanda de eletricidade, o que significa que precisarão de cobre e outros materiais básicos que o Brasil e outros países dispõem”, diz.