Megainvestidor Warren Buffett é conhecido como "mago de Omaha" (Foto: Adobe Stock)
Um dos eventos mais aguardados do ano para investidores do mundo todo ocorre neste sábado (3): a assembleia anual de acionistas da Berkshire Hathaway, empresa comandada pelo megainvestidor Warren Buffett. Na data, também serão divulgados os resultados do primeiro trimestre de 2025 da companhia.
No encontro, conhecido como “Woodstock para Capitalistas”, Buffett participará junto com Greg Abel, presidente do conselho da Berkshire Hathaway Energy, de uma sessão de perguntas e respostas no palco. O diretor de seguros, Ajit Jain, também marcará presença com a dupla em parte do evento.
Segundo o comunicado da empresa ao mercado, a sessão será transmitida pela CNBC e por webcast no site CNBC.com. Para acompanhar o encontro da Berkshire ao vivo, basta acessar este link. A cobertura deve começar às 8h30 no fuso horário leste dos Estados Unidos (9h30 do horário de Brasília) e terminar às 14h30 (15h30 do horário de Brasília).
A reunião acontece em meio às tensões globais com o pacote de tarifas anunciado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em abril. Até o momento, Buffett não se pronunciou sobre as taxas e a potencial desaceleração da atividade econômica americana. A expectativa é que o megainvestidor seja questionado sobre o tarifaço durante o encontro anual.
Outro questão que deve ser comentada é o plano de sucessão na Berkshie Hathaway. Greg Abel é o mais cotado para assumir a posição de Buffett. ““O principal objetivo de sua fala deve ser passar segurança aos investidores — especialmente porque, a cada edição do encontro, há a possibilidade de que possa ser sua última participação presencial, já que está com 94 anos. Apesar da idade, Buffett ainda carrega toda a credibilidade da empresa, o que torna esse discurso de transição seu maior desafio e o ponto mais aguardado do evento”, afirma Bruna Allemann, head de Investimentos Internacionais da Nomos.
Quem é Warren Buffett?
O maior investidor do mundo, que tem uma fortuna atual estimada em US$ 168,2 bilhões pela Revista Forbes, iniciou as compras de ações aos 11 anos de idade. Seus primeiros papéis foram os da empresa Cities Service Preferred. Ele adquiriu três ações por US$ 114,75. Na biografia A Bola de Neve: Warren Buffett e o negócio da vida, escrita por Alice Schroeder, ele conta que não entendia muito bem sobre a empresa quando comprou o ativo. Sabia apenas que era um dos papéis favoritos de seu pai, Howard Buffett.
No mês em que comprou a ação, sua cotação despencou de US$ 38,25 para US$ 27. Quando os papéis finalmente se recuperaram, Buffett vendeu cada um por US$ 40. A Cities Service, no entanto, logo decolou para US$ 202 por ação. Buffett, então, aprendeu duas lições importantes: não ficar tão concentrado no valor que havia pago pelo papel nem vender impulsivamente para agarrar um lucro pequeno.
Seu interesse precoce por investimentos pode ser explicado pela influência paterna. Por trabalhar como corretor da Bolsa de Valores, Howard Buffett conseguiu mostrar ao filho um pouco do universo de Wall Street desde cedo. Um dos nomes que ficaram na memória do megainvestidor foi o de Sidney Weinberg, então sócio majoritário do Goldman Sachs. Durante o encontro rápido, uma simples pergunta marcou o jovem Warren. “Quando eu estava saindo, ele colocou a mão no meu ombro e me questionou: ‘De que tipo de ação você gosta?’. Ele deve ter esquecido isso no dia seguinte, mas eu me lembrei para sempre”, relata Buffett em sua biografia.
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Com apenas 16 anos, o megainvestidor Buffett iniciou a sua trajetória acadêmica na Universidade da Pensilvânia. Mais tarde, transferiu-se para a Universidade de Nebraska, onde se formou bacharel em Administração. Com a graduação concluída, decidiu se aprofundar ainda mais nos estudos e ingressou no mestrado em Economia na Universidade de Columbia.
Foi lá que teve a chance de conhecer e aprender com Benjamin Graham, seu grande ídolo. Conhecido como o pai do value investing – estratégia de compra de ações que estão abaixo do valor intrínseco da empresa –, Graham desempenhou um papel fundamental na trajetória de Buffett, com grande influência na metodologia de investimentos que ele adotaria nos anos seguintes.
O megainvestidor chegou a trabalhar para Graham na sua firma de investimentos, a Graham-Newman Corporation, de 1954 a 1956. Após esse período, Buffett decidiu retornar à sua cidade natal, Omaha, em Nebraska, nos Estados Unidos, e iniciar a Buffett Partnership LTD (BPL), sua própria empresa de investimentos.
Apesar do sucesso da BPL, Warren Buffett dissolveu a empresa em 1969, para focar no desenvolvimento da Berkshire Hathaway – conglomerado que gere um conjunto de companhias subsidiárias de diferentes setores.