Ainda é cedo para afirmar que a inflação vai desacelerar a ponto de mexer com as projeções para a alta dos preços em 2022, o que significa que a política monetária continuará a ser pressionada na direção de juro de dois dígitos, avaliaram profissionais da Rio Bravo.
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A gestora considera que, apesar das recentes leituras abaixo do esperado, os dados de inflação seguem altos. O IPCA de novembro, por exemplo, ficou em 0,95%, com a surpresa benigna vinda principalmente de dois setores — alimentação, puxada pelo consumo fora do domicílio, e saúde, resultante da queda do preço de produtos de higiene pessoal.
Além disso, “alguns choques” positivos afetaram a inflação de novembro, entre os quais a queda do preço das carnes e dos cereais e os descontos da Black Friday.
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“Assim, ainda é cedo para afirmar que a inflação deva desacelerar a ponto de alterar nossas expectativas de inflação para 2022”, disse a gestora no relatório.
“A política monetária continuará sendo pressionada a colocar o juro em dois dígitos. Uma inflação mais benigna como reflexo da desaceleração da atividade pode abrir espaço para uma redução no juro ainda em 2022”, ponderou.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou estabilização da projeção para o IPCA de 2022, depois de o último relatório mostrar o primeiro corte na estimativa depois de 20 semanas seguidas de alta. Os prognósticos para 2023 e 2024, porém, seguiram em queda.
De forma geral, a Rio Bravo fala em “cenário difícil” para a economia em 2022. “A inflação acelerando, uma atividade econômica frágil e uma política monetária contracionista são os principais fatores que impactarão a economia no próximo ano”, disseram os profissionais da casa.
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A projeção da gestora é que o Produto Interno Bruto (PIB) retraia 0,2% no ano que vem, quando o IPCA ficará em 5,0% (teto do intervalo de tolerância) e a taxa básica de juros (Selic) terminará em 11,75% (atualmente está em 9,25%).
O dólar fechará 2022 em 5,4 reais, abaixo dos 5,71 reais desta segunda-feira, estima a Rio Bravo. As métricas fiscais vão piorar no ano que vem: o resultado primário sairá de zero em 2021 para déficit de 1,0% do PIB no próximo ano, enquanto a dívida bruta subirá a 84,3% do PIB (de 80,2% em 2021).