O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento de R$ 500 milhões para a Rumo (RAIL3) automatizar a circulação de trens. Segundo o banco, a iniciativa ampliará a eficiência e a segurança operacional da malha ferroviária dos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, entre outros. O apoio do BNDES será por meio da linha Finem, no programa “BNDES Mais Inovação”.
O projeto da Rumo, batizado de Positive Train Control 2.0 (PTC 2.0), consiste em um sistema de despacho de trens projetado para trabalhar com segurança e ser capaz de determinar com precisão a localização, direção e velocidade dos trens ao longo de toda a malha da operação norte.
“Esse sistema representa o que há de mais avançado e inovador no mundo para a modernização dos controles ferroviários, sendo capaz de acionar proativamente a frenagem de composições ferroviárias para evitar acidentes sempre que detectada alguma intercorrência na malha, mitigando os riscos de falhas humanas e apoiando o trabalho dos controladores de tráfego e maquinistas”, informou o BNDES em nota.
Para trabalhar com segurança, os sistemas da solução PTC 2.0 serão capazes de alertar os operadores sobre possíveis problemas e interromper a movimentação, se o operador não agir. É uma tecnologia pioneira, e a Rumo será a primeira empresa do ramo de ferrovias do mundo a operar com esse nível de conectividade e segurança, ainda conforme o banco.
“A inovação nas ferrovias, assim como em outros setores de infraestrutura, está diretamente relacionada à incorporação de tecnologia avançada com o objetivo de ganhar segurança e melhorar a produtividade do sistema. O PTC traz evolução ao controle de tráfego de trens e possibilita o aumento de capacidade da via férrea e maior segurança”, explicou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O projeto atual promove a utilização do sistema PTC 2.0 em toda a ferrovia da operação norte da Rumo, potencializando os ganhos de produtividade do sistema e enfrentando desafios de integração não só entre os trens da Rumo, mas também com os trens de outras operadoras ferroviárias. Os investimentos de R$ 501,8 milhões serão alocados em locomotivas e veículos com a solução e em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Anteriormente, o BNDES havia apoiado investimentos iniciais concentrados na Malha Paulista e no centro de controle operacional (CCO) da Rumo, em Curitiba.
A Rumo estima a contratação de 123 pessoas ao longo do desenvolvimento dessa nova fase do projeto, concentradas em posições de engenharia, TI e operações. Também são estimadas 95 pessoas envolvidas diretamente no projeto através das contratadas dos prestadores de serviço.
“Parcerias como esta são essenciais para destravar valor nas cadeias produtivas que movimentam a economia brasileira. Linhas de fomento para aumentar a participação deste modal contribuem decisivamente tanto para a competitividade da nossa economia quanto para a descarbonização da nossa matriz de transportes”, avaliou a vice-presidente da Rumo, Natalia Marcassa.
Publicidade
Também de acordo com o banco, nas últimas duas décadas, a logística assumiu maior relevância em função da existência de mercados cada vez mais dinâmicos e globalizados. O custo logístico no Brasil, por sua vez, é estimado em cerca de 11% do PIB, denotando sua relevância econômica. Além do custo de transporte, esse montante abarca gastos com estoques, manuseio de carga e a estrutura administrativa de suporte à atividade.