Desde que assumiu a companhia, em outubro do ano passado, a nova gestão da Sabesp (SBSP3) triplicou o número de fornecedores que prestam serviços de construção, segundo o CFO da empresa de saneamento, Daniel Szlak. A ampliação tem como objetivo reduzir riscos e fazer jus ao grande volume previsto de investimentos.
“Era muita obra para pouco fornecedor. Então, fomos aumentando bastante o número para reduzir a exposição e minimizar riscos”, explica Szlak em entrevista ao Broadcast. Segundo o executivo, a base saltou de cerca de 30 fornecedores para 90 com a chegada da nova direção.
A desestatização da Sabesp contribuiu para a atração de mais prestadoras de serviço, já que, no modelo de estatal, as compras e contratações eram feitas por meio de licitações. Por outro lado, o novo cenário permite uma aceleração do processo e a participação de mais empresas, ainda de acordo com o CFO.
Além dos ganhos de eficiência, o novo momento da Sabesp é marcado também pelo forte volume de investimentos. O projeto de universalização dos serviços até 2029, antecipando a meta inicial de 2033, demandará cerca de R$ 70 bilhões nos próximos cinco anos. O montante representa uma média anual de R$ 14 bilhões ante os R$ 7 bilhões em 2024. “Se queremos investir o dobro do que a companhia vinha investindo, não dá para fazer todas as obras sempre com as mesmas companhias”, reforça Szlak.
No primeiro trimestre de 2025, o capex (investimentos) alcançou R$ 2,85 bilhões, mais do que o dobro do aplicado no mesmo período de 2024. Os recursos vêm sendo direcionados a áreas consideradas prioritárias, como a expansão das redes, aumento da capacidade de tratamento, modernização da infraestrutura e atendimento a regiões vulneráveis.
O CFO da Sabesp destaca ainda que a estratégia de diversificação de fornecedores contribui para uma maior margem de negociação de preços. “Temos visto alguns ganhos em obras, sobretudo nas de maiores preços versus o que tínhamos estimado. Nas menores, o cenário é mais misto”, relata.
Szlak explica que nem todas as obras são muito rentáveis para os fornecedores. Com isso, uma estratégia adotada pela Sabesp (SBSP3) é agrupar projetos de diferentes rentabilidades para atrair interessados. “A gente agrupa um pouco de filé mignon com um pouquinho de acesso para trazer um incentivo positivo”, diz.