O Safra e o Citi atualizaram suas projeções para a Usiminas (USIM5) após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025, ambos mantendo recomendação neutra para as ações.
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O Safra e o Citi atualizaram suas projeções para a Usiminas (USIM5) após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025, ambos mantendo recomendação neutra para as ações.
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O Safra elevou o preço-alvo da Usiminas para 2026 de R$ 4,70 para R$ 6,20 por papel, o que implica potencial de valorização de 13% em relação ao fechamento da véspera. O banco destacou que as ações da companhia já subiram cerca de 36% desde sua última atualização, em agosto, mas avaliou que o risco-retorno ainda não é suficientemente atraente para uma classificação de desempenho superior, segundo o analista Ricardo Monegaglia.
Na visão do Safra, o fluxo de caixa livre (FCF) foi uma surpresa positiva no terceiro trimestre, resultando em menor endividamento líquido projetado para 2026. Por outro lado, o banco observou que a demanda por aço no Brasil esfriou e que a decisão final sobre direitos antidumping para aços planos foi adiada para fevereiro de 2026.
“Os direitos antidumping são o evento-chave para a ação, dada a alavancagem dos resultados nos preços do aço, mas agora vemos um vácuo de notícias positivas, potencialmente até o início de 2026”, escreveu o analista.
A instituição projeta queda de 15% na geração de FCF no quarto trimestre em relação ao consenso de Ebitda para 2026-2027, embora tenha elevado sua previsão de Ebitda em 4%, para R$ 1,9 bilhão. O Safra também revisou sua projeção cambial para R$ 5,56 por dólar (ante R$ 5,37), o que, segundo o banco, adiciona risco de alta aos custos da companhia, já que boa parte das despesas da Usiminas é dolarizada.
O Citi, por sua vez, destacou que o FCF foi positivo e que a alavancagem líquida da companhia melhorou para 0,16 vez, refletindo um balanço sólido e liquidez saudável. Segundo os analistas Gabriel Barra, Pedro Ferreira De Mello e Stefan Weskott, a combinação de geração de caixa mais forte e premissas macroeconômicas atualizadas levou a uma modesta melhora na perspectiva de lucros. O banco elevou o preço-alvo da ação para R$ 5,50 (de R$ 4,75) e manteve recomendação neutra.
O Citi ressaltou que a administração da Usiminas indicou potencial pagamento de dividendos em 2025, considerado um sinal construtivo, e que o modelo sugere espaço para distribuições mais robustas em 2026, sem comprometer a alavancagem. “Embora recebamos com satisfação o retorno dos dividendos, continuamos acreditando que o principal catalisador para o desempenho das ações continua sendo uma recuperação sustentada dos preços do aço no mercado doméstico, provavelmente após a implementação de medidas de defesa comercial”, afirmou o relatório.
Para o setor de siderurgia, o Citi prevê melhora nas operações em 2026, impulsionada pela aceleração do projeto PCI (com início previsto para o primeiro trimestre), pela recuperação gradual da demanda doméstica — especialmente dos segmentos automotivo e industrial — e pela esperada alta dos preços. O banco, contudo, ponderou que as resoluções antidumping sobre produtos galvanizados e laminados a frio devem ser concluídas apenas até o fim de março, o que mantém pressão sobre os preços no curto prazo.
“É importante ressaltar que ainda existe o risco de que essas medidas não sejam totalmente implementadas, o que pode prolongar a fraqueza dos preços domésticos. Se aprovadas, no entanto, esperamos uma normalização gradual até 2026-27”, concluiu o Citi.
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