O Banco Safra iniciou a cobertura das ações da Moura Dubeux (MDNE3) com recomendação outperform (equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 21,50 por papel para o final de 2025, o que representa um potencial de valorização de 43% em relação ao fechamento dos ativos na sexta-feira (18), quando terminaram o dia cotados a R$ 15,01.
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De acordo com a casa, a visão favorável sobre a companhia se baseia em três pilares: liderança de mercado de destaque no Nordeste, modelo de negócios único com menor exposição ao caixa e uma história de desenvolvimento atraente, alimentando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de lucro líquido estimada em 26% entre 2023 e 2026.
Após a saída de muitas incorporadoras do Nordeste durante a recessão econômica de 2014 a 2016, a companhia se tornou o único player estabelecido na região, com mais de R$ 500 milhões em lançamentos anuais, no segmento de médio e alto padrão. Segundo o Safra, essa característica aumentou o poder de negociação da Moura Dubeux com fornecedores, além de ter garantido o maior reconhecimento da marca para promover vendas futuras.
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A empresa também desenvolve projetos por meio de um “modelo de condomínio fechado”, sistema no qual a construção é financiada por meio de taxas pagas pelos compradores e investidores. Desde o IPO (oferta inicial de ações) em 2020, a estratégia atingiu uma margem bruta média trimestral de 49% e também permitiu à empresa alcançar maiores índices de retorno devido à menor exposição ao caixa.
Outro ponto positivo da companhia é o seu histórico de crescimento atraente com uma sólida perspectiva de lucros. De acordo com os cálculos do Safra, a Moura Dubeux entregou uma CAGR de vendas líquidas de 40% desde 2020, enquanto seu desempenho de vendas em 2023 reduziu seu estoque para onze meses de vendas, nível considerado “positivo” para os lançamentos futuros.
Além disso, o banco enxerga que a empresa conseguiu construir um robusto banco de terrenos e manter uma alavancagem saudável, apesar do aumento nos lançamentos.
“Como resultado, prevemos um CAGR de lançamentos de 22% entre 2023 e 2026, o que, juntamente com uma sólida perspectiva de margem bruta, deve impulsionar um CAGR de lucro de 26% no mesmo período”, afirmam os analistas Rafael Rehder e Luiz Peçanha, que assinam o relatório do Safra.
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Na visão da casa, o valuation da ação ainda segue atraente, mesmo com os ganhos de 12,75% que acumula em 2024, devido aos resultados trimestrais bem avaliados pelo mercado. Outros pares dos segmentos de média e alta renda acumulam perdas de 8% no mesmo período, conforme destaca o Safra. “Ainda assim, prevemos um valuation atrativo que implica um desconto de 21% em relação à média de seus concorrentes”, citam os analistas.
Como riscos para os papéis, o banco menciona as taxas de hipoteca mais altas do que o esperado, reduzindo a acessibilidade dos compradores, os níveis de inflação acima do previsto, além dos efeitos da reforma tributária que podem aumentar a carga de impostos das incorporadoras de médio e alto padrão. Outro ponto negativo é a baixa liquidez do ativos, o que pode ser uma preocupação para alguns investidores.
Nesta segunda-feira (21), as ações da Moura Dubeux avançam 0,17% cotadas a R$ 15,01, depois de oscilarem entre máxima a R$ 15,11 e mínima a R$ 14,79. Em outubro, acumulam ganhos de 6,36%.