O Safra elevou a recomendação das ações preferenciais do Bradesco de neutro para outperform (equivalente a compra). O preço-alvo é de R$ 21, o que representa um potencial de valorização de 26,2% ante o último fechamento do papel. Além disso, o banco elegeu o Bradesco como top pick no setor, diante de um melhor momento de ganhos. Em segundo lugar, a instituição escolhe o Itaú, devido ao seu desempenho resiliente.
“A recuperação da lucratividade do Bradesco acelerou, apoiando uma postura mais construtiva”, destacam os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, em relatório. Por outro lado, o trio aponta que o Banco do Brasil sofreu um impacto mais acentuado, principalmente pela perspectiva negativa para o segmento de agronegócio.
Para o banco estatal, o Safra reitera sua recomendação neutra, por considerar que ele enfrenta um cenário negativo, mas reforça que o papel exige cautela do investidor. “Os ventos contrários do crédito rural devem pesar fortemente nos retornos de curto prazo e também minar sua capacidade de sustentar o payout entre 40% e 45%”, diz o trio. O preço-alvo para o Banco do Brasil é de R$ 25, 16,6% acima do último fechamento.
O Safra também mantém uma posição neutra para o Santander. O preço-alvo é de R$ 35, 18,04% acima do último fechamento. Os analistas apontam que há esforço do banco para melhorar o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), mas houve uma desaceleração após a linha superior mais fraca do primeiro trimestre afetar a qualidade dos ativos. Porém, dizem os analistas, o Santander tem histórico de responder rapidamente a esse problema. Considerando que a companhia tem uma postura avessa ao risco, sua carteira de crédito deve ter um crescimento mais baixo.
Já sobre o Itaú, o Safra aponta que o banco continua a se destacar como a empresa do setor mais capaz de navegar em ambiente macroeconômico mais difícil, além de ser conservador em sua qualidade de ativos. “Tal consistência em entregar ROEs continuamente fortes destaca a capacidade do Itaú de continuar expandindo seu valor contábil em um ritmo que apoia a continuidade de níveis de rendimento atraentes”, apontam os analistas.
Para os papéis PN do Itaú, a recomendação do Safra é outperform. O preço-alvo é de R$ 46, o que representa um potencial de valorização de 23,49% ante o último fechamento.
O Safra aponta que o risco à qualidade dos ativos dos bancos depende da esperada desaceleração macroeconômica, mas que esse risco pode ser compensado pelo escoamento de safras legadas. “Isso deve proporcionar algum alívio, especialmente para os bancos que foram mais atingidos no passado, notadamente o Bradesco”, destacam os analistas. A equipe do Safra também acredita que o Bradesco não deve ter um aumento de inadimplência no segundo trimestre, problema que deve afligir outros bancos.
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Mas o caso é oposto para o BB, afirma a casa, visto que a deterioração de créditos não performados está sendo impulsionada pelo segmento de agronegócios e seu apetite por empréstimos ao consumidor e comerciais é maior do que o de seus pares.