Bradesco BBI vê cenário mais desafiador para a São Martinho. (Imagem: Adobe Stock)
O Bradesco BBI avaliou que o resultado da São Martinho (SMTO3) no segundo trimestre da temporada 2025/26 e a revisão das projeções de moagem de cana refletem um cenário mais desafiador para o setor sucroenergético, embora a companhia siga demonstrando disciplina na alocação de capital. De acordo com o BBI, o corte de investimentos, anunciado ontem, reforça o foco da São Martinho em preservar caixa e manter eficiência operacional diante da menor produtividade.
“O corte nos investimentos reforça a disciplina de capital nesse cenário mais fraco”, afirmou. “A revisão das projeções indicando menor produtividade da cana-de-açúcar foi negativa, embora amplamente esperada dada a tendência regional mais ampla”, acrescentou o banco em relatório.
A instituição observa, contudo, que a empresa segue executando bem o que está sob seu controle. “As operações de hedge de açúcar, juntamente com a alta dos preços do etanol, devem sustentar resultados razoáveis em 2025/26”, avaliou.
O banco manteve recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 21,00, ao ponderar que o ambiente de preços menos favorável deve limitar revisões positivas nos lucros. “A perspectiva pessimista para os preços do açúcar e do etanol em 2026/27 continua a abrir espaço para revisões para baixo das projeções de lucros”, destacou o relatório.
Segundo a análise, a expectativa de maior produtividade nas próximas safras pode restaurar parte da alavancagem operacional da São Martinho (SMTO3), mas a estratégia de retenção de estoques pode manter pressão sobre os preços. “A perspectiva de maior produtividade deve ajudar a restaurar algum grau de alavancagem operacional, mas esses maiores estoques também podem manter os preços do açúcar e do etanol sob pressão”, concluiu o Bradesco BBI.