Carteiras recomendadas para setembro refletem cautela diante de gatilhos políticos e decisões de juros no Brasil e nos EUA. (Foto: Adobe Stock)
Setembro chega carregado de gatilhos políticos e econômicos que prometem ditar o ritmo da bolsa – e as carteiras recomendadas dos principais bancos e corretoras refletem esse cenário de cautela e oportunidade. O ambiente doméstico mistura avanços no controle da inflação e sinais de resiliência no consumo com a tensão política em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para começar nesta terça (2).
“Esse julgamento deve mexer bastante com o humor dos investidores, dependendo da forma como o STF [Supremo Tribunal Federal] conduzir o processo”, avalia Milene Dellatore, daytrader e diretora da MIDE Mesa Proprietária.
No exterior, o foco está no Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), que decide sobre juros na mesma semana em que o Copom se reúne no Brasil, nos dias 16 e 17.
Para o economista Caio Bartine, política monetária segue como divisor de águas. “No Brasil, o Banco Central já sinalizou que os juros permanecerão elevados por mais tempo, e isso naturalmente tira fluxo da bolsa. Nos Estados Unidos, a expectativa de cortes ficou mais incerta após as tarifas de Trump, que pressionam a inflação americana. Se o Fed adotar um tom mais duro, pode haver fuga para o dólar e redução do apetite por risco em emergentes como o Brasil”, analisa.
Setembro volátil
Diante desse quadro, ambos os especialistas concordam que setembro será marcado por volatilidade, mas com espaço para oportunidades. A busca por equilíbrio aparece como palavra-chave. Dellatore lembra:
Setores defensivos como energia, saneamento e saúde continuam sendo porto seguro em cenários turbulentos.
Ao mesmo tempo, há espaço em setores ligados à infraestrutura e privatizações, especialmente em São Paulo e Goiás, onde governadores têm atraído apoio do mercado financeiro.
“É possível balancear cautela com exposição a companhias de concessões e logística, que podem se beneficiar de novos projetos e investimentos”, defende Bartine.
Para Bartine, “é um mês em que o Ibovespa pode oscilar bastante, mas com viés positivo se vierem sinais de cortes de juros”.
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Já Milene Dellatore defende a ideia de uma cautela inteligente: “Não é hora de ser 100% conservador nem 100% agressivo. O segredo é equilibrar a carteira, manter caixa para oportunidades e diversificar entre setores defensivos e apostas pontuais em privatizações e exportadoras”.
Ágora Investimentos
A Ágora fez duas trocas em sua carteira recomendada para setembro. Saíram Telefônica Brasil (VIVT3) e Klabin (KLBN11), com entrada da Multiplan (MULT3), e Vibra Energia (VBBR3).
Ações
BTG Pactual (BACP11)
Copel (CPLE6)
Direcional (DIRR3)
Itaú (ITUB4)
Multiplan (MULT3)
Petrobras (PETR4)
Sabesp (SBSP3)
Vale (VALE3)
Vibra Energia (VBBR3)
Weg (WEGE3)
AndBank
O Andbank diversificou sua carteira, passando de 5 ações para 10. Quatro papéis foram mantidos, um saiu (Sabesp) e sei novos entraram (Assaí, BB Seguridade, Itaúsa, Santos Brasil, Telefônica e Vale).
O BTG fez quatro alterações em sua carteira recomendada de ações para setembro. Incluiu Energisa (ENGI11), Cyrela (CYRE3) e Embraer (EMBR3), no lugar de Sabesp (SBSP3), Multiplan (MULT3) e Prio (PRIO3).
Ações
Nubank (ROXO34)
Itaú Unibanco (ITUB4)
Vibra Energia (VBBR3)
Rede D’Or (RDOR3)
Embraer (EMBR3)
Equatorial (EQTL3)
Motiva (MOTV3)
Energisa (ENGI11)
Smartfit (SMFT3)
Cyrela (CYRE3)
Empiricus
A Empiricus fez duas mudanças: retirou as ações da Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET6) e acrescentou as ações da Prio (PRIO3) e Equatorial (EQTL3).
Ações
Energisa (ENGI11)
Suzano (SUZB3)
Itaú (ITUB4)
Prio (PRIO3)
Equatorial (EQTL3)
Iguatemi (IGTI11)
Porto Seguro (PSSA3)
Localiza (RENT3)
Cosan (CSAN3)
Grupo SBF (SBFG3)
Genial Investimentos
Em relação ao mês de agosto, saíram as ações do Alupar (ALUP11), Cemig (BPAC11), CPFL Energia (CPFE3), Copel (CPLE6), Transmissão Paulista (ISAE4), Lavvi (LAVV3), Neoenergia (NEOE3), Sanepar (SAPR11) e SLC Agricola (SLCE3), com inclusão dos papéis da Direcional (DIRR3), Cogna (COGN3), Moura Dubeux (MDNE3), Marfrig (MRFG3), C&A (CEAB3), Embraer (EMBR3), Porto Seguro (PSSA3), Tegma (TGMA3) e Marcopolo (POMO4).
Ações
Direcional (DIRR3)
Cogna (COGN3)
Moura Dubeux (MDNE3)
Marfrig (MRFG3)
C&A (CEAB3)
Embraer (EMBR3)
Porto Seguro (PSSA3)
Tegma (TGMA3)
Unipar (UNIP6)
Marcopolo (POMO4)
Itaú BBA
O Itaú BBA fez uma troca em sua carteira para agosto, retirando Copel (CPLE6) e adicionando Nubank (ROXO34).
Ações
Nubank (ROXO34)
Prio (PRIO3)
Vibra (VBBR3)
Bradesco (BBDC4)
Marcopolo (POMO4)
Planner
A Planner realizou sete alterações em seu portfólio. Entraram na carteira as ações da Azzas 2154 (AZZA3), ENGIE Brasil Energia (EGIE3), Intelbras (INTB3), Itaúsa (ITSA4), Klabin (KLBN11), Lojas Renner (LREN3) e Sanepar (SAPR11) e saíram as ações CSU Digital (CSUD3), Eztec (EZTC3), Log Commercial Properties (LOGG3), Itaú Unibanco (ITUB4), Sabesp (SBSP3), SLC Agrícola (SLCE3) e Telefônica Brasil (VIVIT3).
Ações
Azzas 2154 (AZZA3)
ENGIE Brasil Energia (EGIE3)
Intelbras (INTB3)
Itaúsa (ITSA4)
Fleury (FLRY3)
Klabin (KLBN11)
Lojas Renner (LREN3)
BB Seguridade (BBSE3)
Sanepar (SAPR11)
Taesa (TAEE11)
Santander
O Santander incluiu as ações do Bradesco (BBDC4) e excluiu as da XP Investimentos (XPBR31).
Ações
Itaú (ITUB4)
Cyrela (CYRE3)
Lojas Renner (LREN3)
Multiplan (MULT3)
Petrobras (PETR3)
Rede D’Or (RDOR3)
Sabesp (SBSP3)
Totvs (TOTS3)
Bradesco (BBDC4)
Vale (VALE3)
Weg (WEGE3)
Terra Investimentos
A Terra fez três mudanças na carteira recomendada de ações para setembro. A corretora retirou os papéis da Telefônica Vivo (VIVT3), JBS BDR (JBSS32) e Vibra (VBBR3) e incluiu os ativos da RD Saúde (RADL3), Allos (ALOS3) e Localiza (RENT3).