

A SLC Agrícola (SLCE3) encerrou 2024 com lucro líquido consolidado de R$ 481,723 milhões, uma redução de 48,6% em relação ao ano anterior, quando havia registrado R$ 937,980 milhões. No quarto trimestre, a empresa reduziu seu prejuízo em 66,4%, para resultado negativo de R$ 51,350 milhões, ante perdas de R$ 152,986 milhões no mesmo período de 2023.
De acordo como release, o balanço da SLC foi afetado principalmente pela falta de chuvas em Mato Grosso no início da safra 2023/24, o que prejudicou a produtividade da soja e do milho.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 611,156 milhões no 4T24, queda de 9,2% na comparação anual, com margem de 30,9%, recuo de 4,2 pontos porcentuais frente ao mesmo período do ano anterior.
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A receita líquida no trimestre cresceu 3,0%, alcançando R$ 1,975 bilhão, impulsionada pelo maior volume faturado de algodão em pluma, que aumentou 50,3% em relação ao 4T23, atingindo 122.492 toneladas. No acumulado do ano, a receita líquida totalizou R$ 6,915 bilhões, retração de 4,4% em comparação a 2023.
“O ano de 2024 foi marcado pelo aumento da área plantada potencial em mais de 60 mil hectares para a safra 2024/25. Nesta safra, deveremos atingir 731 mil hectares plantados, um crescimento de 10,6% em relação à safra 2023/24. Além disso, atingimos uma marca recorde no algodão faturado em 2024, embarcando 364 mil toneladas, 52% acima de 2023”, destacou a companhia em sua carta da administração.
A safra 2023/24 de soja foi prejudicada pela escassez de chuvas, que atingiu principalmente o oeste de Mato Grosso nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2023. A produtividade foi de 3.264 kg/ha, 17,5% inferior ao planejado, mas ainda 2,0% superior à média nacional. Já a colheita do algodão encerrou em setembro com produtividade total de 1.922 kg/ha (1ª e 2ª safra), em linha com o projeto e 0,9% acima da média nacional.
O custo por hectare na safra 2023/24 apresentou uma redução em reais de 6,9% em relação à safra 2022/23, refletindo principalmente a queda dos preços dos principais insumos, compensada parcialmente por replantio de algumas áreas de soja e migrações para outras culturas como algodão.
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Para a safra 2024/25, a companhia informou que 65% da soja já foi colhida, com estimativa de superar o projeto original. “A cultura do algodão apresenta bom potencial produtivo. Com o atraso da colheita da soja, migramos cerca de 4,6 mil hectares de algodão 2ª safra para o milho 2ª safra”, explicou a empresa.
Os custos por hectare orçados para a safra 2024/25 apresentam queda de 5,4% em relação ao orçado da safra 2023/24, refletindo principalmente o declínio dos preços dos fertilizantes, defensivos e sementes, que possuem forte correlação com os preços das commodities.
No segmento de sementes, a empresa destacou evolução na carteira de clientes, com crescimento de 39,0% nas vendas para terceiros (pequenos, médios produtores e revendas) e incremento da margem bruta em 9,4 pontos porcentuais frente a 2023. O negócio de sementes atingiu Ebtida de R$ 106,2 milhões em 2024, com margem de 14,4% e lucro líquido de R$ 54 milhões.
A dívida líquida ajustada encerrou 2024 em R$ 3,674 bilhões, aumento de R$ 800,7 milhões em relação a 2023. A relação dívida líquida/Ebitda Ajustada passou de 1,06x no final de 2023 para 1,80x no final de 2024, mas “mesmo assim, nossa alavancagem se manteve controlada”, disse a empresa.
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A companhia investiu R$ 1,1 bilhão em 2024, volume recorde, para sustentar o crescimento de área plantada. As principais alocações foram em máquinas, equipamentos e implementos (29,2%), correção de solo (21,6%) e obras e instalações (16,8%), com destaque para a ampliação de 3.161 hectares em irrigação na fazenda Piratini, com alocação de capital de R$ 62 milhões.
No mês de junho, a SLC Agrícola (SLCE3) realizou a avaliação das terras de sua propriedade, efetuada pela consultoria independente Deloitte Touche Tohmatsu. “As terras foram avaliadas em R$ 11,6 bilhões, ante R$ 10,9 bilhões no levantamento anterior, apreciação de 6% no portfólio ajustado. O valor atual do hectare médio agricultável de propriedade da companhia corresponde à R$ 57,5 mil”, informou.