A S&P Global Ratings atribuiu seu rating de emissor de crédito (issuer credit rating) de longo prazo ‘B+’ à 3R Petroleum (RRRP3) e ‘BB-‘ para suas notas seniores propostas. O rating de recuperação ‘2’ das notas indica a expectativa de recuperação substancial (85%) em caso de inadimplência.
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A perspectiva estável, atribuída pela agência de classificação de risco, reflete a expectativa de que a 3R aumentará gradualmente a produção diária ao longo de 2024 e 2025 e de que haverá uma redução significativa da alavancagem nos próximos dois anos devido à maior geração de caixa e à liquidez adequada.
Como resultado, a S&P espera uma dívida bruta em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de 2,5 vezes em 2024 e FFO (fundo de operações) em relação à dívida de 30%, mas o fluxo de caixa operacional (receitas e despesas durante determinado período) livre deve permanecer limitado pelo alto capex (capital expenditure, que designa o montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital de uma determinada empresa).
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“Esperamos que a empresa reduza a alavancagem e aumente gradualmente a produção nos próximos dois anos. Esperamos que a 3R atinja uma produção média diária de cerca de 50.000 boe em 2024, em comparação com uma média de 34.425 BOE por dia em 2023. Acreditamos que o plano de revitalização aumentará organicamente a produção nos próximos anos”, diz.
A agência também acredita que esses investimentos reduzirão os custos de produção, possibilitando maior fluxo de caixa operacional para compensar a dívida que a empresa levantou para adquirir os ativos. “Ainda assim, a empresa tem capacidade de produção e reservas mais baixas do que sua principal concorrente local, a Prio (moeda estrangeira: BB-/Estável/–; Escala S&P Nacional do Brasil: brAA+/Estável/brA-1+) e tem sido mais lenta para reduzir a alavancagem após as aquisições”, pondera.
A S&P prevê que os gastos de capital da empresa serão usados principalmente para aumentar a produção – capex anual previsto em torno de R$ 2,3 bilhões a R$ 2,5 bilhões em 2024 e 2025, direcionado principalmente para a revitalização dos ativos potiguares e offshore (ativos que se encontram em outros países). Como resultado, a agência espera que as atividades de perfuração representem uma parcela menor do total de investimentos em 2024.
“Acreditamos que custos de produção mais baixos serão fundamentais para a expansão da margem Ebitda nos próximos anos. Após incorporar os ativos recém-adquiridos, a 3R vem diminuindo gradualmente os custos de produção. A empresa está renegociando contratos, melhorando equipamentos e infraestrutura de produção e reativando poços e workovers que provavelmente reduzirão os custos”, avalia.
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A casa assume o preço do Brent em US$ 85 para 2024 e 2025. Além disso, prevê uma margem Ebitda para o segmento de exploração e produção da empresa de cerca de 55%-60% em 2024 e 60%-65% em 2025, margem Ebitda consolidada em torno de 40%-50%, e o segmento intermediário e downstream, que deve permanecer em torno de 10% do Ebitda consolidado, com margens de cerca de 3,5%-5,0%.
“Presumimos que a empresa manterá níveis de endividamento relativamente estáveis em torno de R$ 7,0 bilhões a R$ 7,5 bilhões nos próximos anos, uma vez que o fluxo de caixa operacional em 2024 já deverá ser suficiente para cobrir as necessidades de capex. Com isso, esperamos novas emissões de dívida para refinanciar os próximos vencimentos”, acrescenta.
Por fim, a S&P pontua que não incorporou a possível transação com a PetroReconcavo (RECV3) em sua análise de crédito atual, porque ainda não há uma proposta formal. No entanto, se a 3R se envolver em novas fusões ou aquisições, a agência espera que ela mantenha a dívida líquida sobre o Ebitda abaixo de 2 vezes, em linha com as expectativas da administração.