A startup Arthur Mining, especializada em data centers para a mineração de bitcoin com uso eficiente de energia, fechou uma rodada de investimento de R$ 23,5 milhões. A captação foi feita junto aos family offices PM&F, de parte da família Mantegazza, e o do empresário americano do setor de petróleo Mark Avery. A empresa foi criada por brasileiros e tem sede nos Estados Unidos.
A empresa é focada no processo de mineração, como é chamada a validação das transações feitas na rede blockchain, com o consumo de energia que seria perdida ou desperdiçada na cadeia de produção de eletricidade. Um dos exemplos é a instalação de computadores e servidores móveis junto a operações de petróleo e aterros, para utilizar o excesso de gás que é produto destes locais. Segundo a Arthur, o sistema contribui para reduzir em até 90% a emissão de carbono equivalente desta indústria.
Uma das principais críticas ao sistema blockchain que sustenta o bitcoin, a principal das criptomoedas, com valor de mercado em cerca de US$ 422,5 bilhões atualmente, é o uso intensivo de energia para o seu funcionamento. Cada transação precisa ser registrada na rede com o uso de computadores avançados, que têm alto gasto elétrico.
“Fecharmos uma rodada deste tamanho em meio a um dos momentos mais desafiadores do mercado [cripto], com outras empresas do setor em recuperação judicial e falência. Foi um grande marco. Como os mineradores possuem uma alta correlação de preços com o bitcoin, o momento para expandir as operações foi o mais oportuno possível, podendo adquirir os ativos com um grande desconto, inclusive parte do inventário de players menos eficientes do mercado”, afirma em nota Ray Nasser, presidente-executivo da Arthur Mining.
A rodada atual avalia a empresa em US$ 100 milhões, de acordo com nota da startup. O capital levantado será destinado à ampliação das atividades nos Estados Unidos, onde é sediada, com objetivo de crescimento de 400% em 2023, além do início da operação em solo brasileiro. A meta é alcançar receita de US$ 40 milhões este ano.
A empresa, embora tenha começado em 2017 nos EUA, foi criada por brasileiros. “A tese da Arthur para o Brasil é oferecer suas soluções e tecnologias para operações de geração e comercialização de energia, como uma solução mais eficiente para o consumo de energia ociosa ou sub-rentabilizada”, aponta a nota. A empresa diz que viabiliza a comercialização de energia por valor cerca de seis vezes maior do que o preço no Mercado Livre de Energia no Brasil atualmente.
O negócio teve consultoria da butique de fusões e aquisições (M&A) Santis e dos escritórios de advocacia FMDerraik e a BVA Law.