O sócio-fundador da Verde Asset, Luís Stuhlberger, afirmou nesta terça-feira (20) em painel do Macro Day, evento do banco BTG Pactual (BPAC11), que acreditava que o Banco Central (BC) fosse esperar um pouco mais para aumentar a Selic. Porém, diante da atual conjunção de fatores, o BC ficou “preso nas cordas”. “O BC não pode ser aquele cão que ladra mas não morde”, afirmou Stuhlberger. “Depois de tudo que o [diretor de Política Monetária, Gabriel] Galípolo, falou, o BC ficou preso nas cordas [para aumentar a Selic em setembro, nas reuniões de 17 e 18 de setembro]“, acrescentou.
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O gestor afirmou que a falta de credibilidade do governo começou com a discussão do orçamento do ano que vem. O Executivo, de acordo com Stuhlberger, estava com premissas de arrecadação muito otimistas e as premissas de gastos subestimadas.
“A gente continua achando isso. Por isso o dólar subiu e o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] começou a bater no BC. Então a verdade é que Brasília só se preocupa quando o dólar sobe; e se preocupa menos quando a Bolsa cai. Se o juro longo sobe, eu diria que a maioria nem liga pra isso”, afirmou o fundador da Verde Asset.
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Na avaliação de Stuhlberger, o governo só se incomoda quando o dólar sobe porque isso pesa na população, que ‘come dólar’ uma vez que bate nos preços dos alimentos.
“Aí, Brasília se assustou porque deu essa chance, de alguma forma, de reconquistar a credibilidade via dois vetores: dar mais confiança ao BC e controlar o déficit. Assim, eu acho que as duas coisas estão num processo de acontecer. Então, eu não acho que o BC subiria o juro somente pela inflação”, disse.
Para o CEO do BTG Pactual, André Esteves, “por uma regra biológica, quanto mais o cão latir, menos ele precisa morder”. “Em ‘bancocentralês’, isso vale até o dia que ele não morder”, observou Esteves, concordando com Stuhlberger .