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‘Super Semana’: taxa de juros americana, Selic e dólar; saiba a relação entre os eventos

Com alta no dólar, as decisões dos BCs desta quarta e quinta prometem alinhamento na taxa de juros

‘Super Semana’: taxa de juros americana, Selic e dólar; saiba a relação entre os eventos
Selic. (Foto: Adobe Stock)

As datas em que são divulgadas, no mesmo dia, as decisões de política monetária nos EUA e no Brasil recebem o apelido de Super-Quarta. Mas, nesta quarta (6), em função das eleições americanas, haverá apenas o comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), com ao anúncio da nova taxa básica de juros brasileira, a Selic. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) vai anunciar a taxa de juros dos EUA nesta quinta. Esta reportagem do E-Investidor detalha o assunto.

Em resumo, neste novembro de 2024, a Super-Quarta será divida ao longo do que já foi chamado de Super Semana. Com as eleições do Estados Unidos marcadas para esta terça-feira (5), o calendário oficial do FOMC, divulgado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) acontecerá entre os dias 6 e 7 de novembro. Ou seja, a reunião acontece amanhã, quarta-feira (6), e o resultado é divulgado na quinta-feira (7).

Já o Copom prossegue com o calendário normal, com início nesta terça-feira (5) e fim do evento na própria quarta-feira (6).

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Com a disparada do dólar, que teve a 3ª maior alta registrada nos últimos 15 anos, o Copom promete um debate sobre diminuição na cotação da moeda americana. Segundo o BC, “uma redução nos juros tende a atrair menos investidores estrangeiros, diminuindo o fluxo de moeda estrangeira para o país”.

Ou seja, como o Copom fixa a meta de taxa básica de juros (Selic), influencia o custo de crédito no país; que faz com que consumidores e empresas reajam às mudanças nos custo de crédito, devido a decisões de consumo e investimento. Por fim, a reação dos consumidores e empresas influencia os preços de produtos e serviços.

Dessa forma, a decisão sobre juros do BC conversa tanto com pequenos, médios e grandes investidores, quanto com fundos de investimento, empresas e o dia a dia do brasileiro. “Quando a taxa Selic sobe, os juros reais também tendem a avançar. A elevação das taxas pode levar à diminuição de investimentos pelas empresas e à redução de consumo por parte das famílias – o que tende a reduzir a demanda por bens e serviços da economia, contribuindo para a redução da inflação”, explica o BC em nota.

O órgão acrescenta: “Quando a taxa de juros sobe, a moeda doméstica tende a se valorizar (o dólar fica mais barato frente ao Real), diminuindo o nível de preços dos bens comercializáveis internacionalmente quando expressos em moeda nacional. A taxa de câmbio afeta a inflação por dois mecanismos. O primeiro é a diminuição dos preços de bens de consumo importados e de insumos utilizados na produção de bens. O outro efeito ocorre por meio da demanda agregada”.

Copom e Selic

O Copom é formado pelo presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto, no momento) e seus diretores. A cada 45 dias, uma nova taxa básica de juros da economia (Selic) é definida. As reuniões normalmente ocorrem em 2 dias seguidos e o comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão, incluindo as do Fed. As decisões são tomadas para que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) situe-se em linha com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião”, esclareceu o BC.

Estrutura do comitê do Fed

De acordo com o Board of Governor of the Federal Reserve System, o Fed controla as três ferramentas da política monetária — operações de mercado aberto, a taxa de desconto e os requisitos de reserva. O Conselho de Governadores do Sistema do Federal Reserve é responsável pela taxa de desconto e pelos requisitos de reserva, e o Fomc é responsável pelas operações de mercado aberto.

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Usando as três ferramentas, o Fed influencia a demanda e a oferta de saldos que as instituições depositárias mantêm nos bancos do Federal Reserve, e dessa forma altera a taxa dos fundos federais.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) é composto por doze membros — sete do Conselho de Governadores do Sistema do Federal Reserve, o presidente do Banco da Reserva Federal de Nova York e quatro dos onze presidentes dos Bancos de Reserva restantes, que atuam por mandatos de um ano, em sistema de rodízio.

Os assentos rotativos são preenchidos por quatro grupos de Bancos, um presidente de banco de cada grupo: Boston, Filadélfia e Richmond; Cleveland e Chicago; Atlanta, St. Louis e Dallas; e Minneapolis, Kansas City e San Francisco. Presidentes de Bancos de Reserva sem direito a voto participam das reuniões do Comitê, das discussões e contribuem para a avaliação do Comitê sobre a economia e as opções de política.

O FOMC realiza oito reuniões por ano, que se concretizam na Super-Quarta. Nessas reuniões, o Comitê analisa as condições econômicas e financeiras, determina a postura apropriada da política monetária e avalia os riscos para suas metas de longo prazo de estabilidade de preços e crescimento econômico sustentável.

 

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