

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) (TAEE11) encerrou o quarto trimestre deste ano com lucro líquido consolidado IFRS (Normas Internacionais de Relatório Financeiro) de R$ 506,8 milhões, alta de 5% ante o apurado no mesmo intervalo de 2023. Com isso, o resultado líquido do exercício somou R$ 1,69 bilhão, montante 24% acima do registrado no ano anterior.
Já o lucro líquido regulatório somou R$ 200,6 milhões no quarto trimestre de 2024, queda de 32,5% frente o mesmo período do exercício passado. No consolidado do ano, a linha somou R$ 991,5 milhões, 7,5% abaixo do reportado em 2023. Esse critério é muito avaliado pelos investidores e analistas por refletir melhor o fluxo de caixa da empresa, uma vez que o resultado da Taesa em IFRS utiliza o conceito de trazer a valor presente todas as receitas futuras garantidas pelos contratos de concessão.
O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) IFRS aumentou 2% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 591,8 milhões, totalizando R$ 2,223 bilhões do ano, alta de 16%.
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Pelo critério regulatório, o Ebitda apresentou queda de 11,5% no quarto trimestre, para R$ 421,6 milhões, enquanto a margem diminuiu 9 pontos porcentuais (p.p.), para 72,6%. No ano, a linha caiu 6,9%, para R$ 1,87 bilhão, com margem de 80,3%, baixa de 3,5 p.p.
A receita operacional líquida regulatória totalizou R$ 581 milhões de outubro a dezembro, 0,5% menor em relação ao mesmo período de 2023, explicada pelo aumento da parcela variável devido a queda de torres em uma de suas concessões em dezembro. No ano, a receita atingiu R$ 2,329 bilhões, baixa de 2,8%, também explicada pelo aumento na parcela variável, que mais que compensou o crescimento de Receita Anual Permitida (RAP) no ano.
No critério IFRS, a receita líquida baixou 16%, para R$ 1,086 bilhão no quarto trimestre, totalizando R$ 3,718 bilhões no ano, alta de 11%, refletindo maiores índices macroeconômicos nos períodos comparados, com reflexo direto na receita de correção monetária do ativo contratual de todas as concessões da empresa.
A despesa financeira líquida no quarto trimestre chegou a R$ 285,4 milhões, 47% maior do que o registrado no mesmo intervalo de 2023, somando R$ 1 bilhão em 2024, 11% maior na comparação anual. Já a despesa financeira líquida regulatória somou R$ 210,5 milhões, 16,6% superior frente um ano antes.
O que diz a empresa?
A empresa explica que os resultados regulatórios foram afetados por eventos não recorrentes relacionados à revisão de provisões e avaliação de estoques, além de maior parcela variável decorrente de dois eventos atípicos observados no ano. Destaque também para o aumento no volume de depreciação, além do desempenho negativo do resultado financeiro devido à deterioração macroeconômica.
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O diretor presidente da Taesa, Rinaldo Pecchio Jr, cita que, na linha de provisões, a empresa reverteu provisionamento relacionado ao atraso dos empreendimentos Aimorés e Paraguaçu, depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu parcialmente pleito de excludente de responsabilidade pelo atraso. Por outro lado, a empresa estornou reconhecimentos de receita relacionada a avisos de cobrança de empreendimentos que fizeram requerimento de conexão mas não entraram em operação, tendo em vista discussões em andamento junto ao regulador.
Adicionalmente, o executivo destaca o avanço nos trabalhos de revisão interna de processos, que resultaram na realização de baixas de estoques e de unitização de ativos, o que acarretou maior depreciação.
“De uma forma geral, foi um trimestre e um ano muito bons, porque nosso custo, quando se exclui todas essas questões extraordinárias, teve crescimento de quase 1%, abaixo do índice da inflação; conseguimos fazer gestão na parte de Opex (despesas operacionais da empresa), que subiu menos de 1%, contra uma inflação que ficou muito acima”, diz Pecchio ao Broadcast.
Excluindo os eventos não recorrentes, o Opex recorrente do trimestre ficou em R$ 111,1 milhões, com um aumento de 3,1% frente o reportado no mesmo período de 2023, enquanto o Ebitda recorrente ficou em R$ 480 milhões, alta de 0,8% na mesma comparação. No ano, o Opex fechou em R$ 390,6 milhões, com alta de 0,9% contra 2023, e o Ebitda ficou em R$ 1,95 bilhão, 0,9% menor, e margem de 83,3%.
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O presidente da Taesa (TAEE11), por outro lado, citou o crescimento da receita com a entrada em operação de alguns projetos e a antecipação de reforços em ativos existentes. “Isso fez com que melhorasse nossa receita, compensando o IGP-M negativo no ciclo tarifário”, acrescenta.