

O anúncio de que os Estados Unidos irão pausar as tarifas dos EUA recíprocas por 90 dias para países que não retaliaram o ataque de Washington diminui o impacto das medidas para empresas e consumidores de ‘calamitoso’ para ‘apenas dramático’, avalia o Santander, em relatório a clientes, nesta quarta-feira (9).
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou aumento da tarifa à China de 104% para 125%. Em compensação, para países que não retaliaram os EUA, vigorará por 90 dias a tarifa mínima de 10%.
“Tarifas de 10% sobre todos os produtos importados e de 125% sobre as exportações chinesas para os EUA ainda representam um forte aumento na alíquota nos EUA”, diz o economista-chefe do banco para os EUA, Stephen Stanley. “Portanto, o impacto para empresas e consumidores passou de calamitoso para ‘apenas’ dramático”, acrescenta.
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Para o economista, a principal questão é se a medida anunciada hoje é suficiente para dar às empresas certeza suficiente para retomar seus investimentos e contratações. “Se isso acontecer, a tão alardeada recessão já acabou”, avalia.
Na sua visão, a trégua pode fazer com que empresas americanas que vinham considerando grandes investimentos na China repensem esses planos. “Suspeito que a maioria dos parceiros comerciais dos EUA fechará acordos dentro do prazo de 90 dias e nunca verá as tarifas recíprocas punitivas de 2 de abril”, diz Stanley.
O mundo, avalia, ainda não está “fora de perigo”, mas o anúncio das tarifas dos EUA hoje valida uma perspectiva “relativamente favorável” em comparação com os piores cenários que vinham sendo cogitados, segundo ele.