

A Telefônica Brasil (VIVT3) registrou um lucro líquido de R$ 1,763 bilhão no quarto trimestre de 2024, o que representa uma alta de 10,1% na comparação anual. No pregão desta quarta-feira (26), porém, as ações da empresa figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa, tombando 7,05%, a R$ 49,72.
Em relatório, o Goldman Sachs explicou que, em conversas com investidores, a principal preocupação têm sido possíveis revisões para baixo nos lucros estimados para 2025 e no dividend yield (rendimento de dividendos) da empresa. Os temores surgem devido aos resultados recorrentes considerados “fracos” no quarto trimestre e ao fato de que o período foi beneficiado por um evento não recorrente que inicialmente era esperado apenas para 2025.
“As projeções de lucro para 2025 têm sido um foco central dos investidores, pois servem como um indicador do dividend yield. Como as reversões de provisões, que antes eram esperadas para impulsionar os lucros de 2025 a 2026, acabaram beneficiando 2024, isso reduz, por si só, o piso da projeção de yield para 2025”, explica o banco.
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Para o BTG Pactual, o problema do balanço também esteve nos números recorrentes. “A dona da Vivo publicou resultados em linha quando se olham as manchetes, mas com uma qualidade inferior ao que os grandes números sugerem”, afirmam os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Tcha Chan, em relatório.
Eles exemplificam: o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) reportado foi de R$ 6,2 bilhões – o que estaria em linha com as projeções do banco, mas na realidade representa um leve desvio negativo de um dígito médio, quando são excluídos os efeitos não recorrentes. Já a margem apresentada ficou estável em 42,5%, mas abaixo de 40% quando ajustada.
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Apesar da preocupação com os resultados, o BTG enxerga que a ação da Telefônica Brasil é uma boa escolha para quem busca nomes mais seguros. “A Vivo é uma opção sólida, especialmente em um cenário de mercado mais fraco. O setor de telecomunicações oferece modelos de negócios estáveis, forte posicionamento competitivo, geração robusta de caixa e retornos significativos aos acionistas”, destaca o banco, que tem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 62.
Outras casas reiteraram suas visões positivas para as ações da empresa após o balanço. É o caso da XP Investimentos, que manteve recomendação de compra com preço-alvo de R$ 61. O Goldman fez o mesmo, reafirmando o preço-alvo de R$ 53,50.
O Bank of America (BofA) também reiterou compra para Telefônica Brasil, com o maior preço-alvo (R$ 66) das casas consultadas pelo E-Investidor. “Mantemos uma visão otimista para o setor de telecomunicações no Brasil, pois nossas estimativas já refletem uma desaceleração da receita de serviço móvel (MSR) em 2025 e vemos sinais positivos de racionalidade no mercado”, destacou.
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