Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Telefônica (VIVT3), a dona da Vivo, avançam 0,43% nesta terça-feira (29), figurando entre as maiores altas do Ibovespa, que sobe 0,55% aos 132.849 pontos, após a empresa reportar um lucro líquido de R$ 1,344 bilhão no segundo trimestre de 2025, uma alta anual de 10%.
O sócio da Ajax Asset, Rafael Passos, avalia que os números vieram fortes, superando em partes expectativa de mercado, com ótimo desempenho do segmento móvel e medidas de controle de custos extremamente eficientes.
O balanço da Telefônica no segundo trimestre surpreendeu analistas do Itaú BBA, XP e Bradesco BBI com o volume de receitas, em especial da Vivo. Por outro lado, o lucro líquido foi um fator agravante para o resultado trimestral.
O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que a operadora vai repassar potenciais aumentos de preços de produtos e/ou serviços que venham a ser afetados pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos e que está previsto para entrar em vigor nos próximos dias. “Se tiver incremento de preços, não tem jeito, teremos que repassar ao consumidor final”, declarou o executivo, em entrevista coletiva à imprensa.
Receita da Telefônica surpreende mercado
O Itaú BBA considerou levemente positivo o resultado, com destaque para o trimestre operacional sólido, alinhado às estimativas: a receita líquida ficou dentro do esperado, favorecida por uma receita média por usuário acima da inflação; e a expansão de 60 pontos-base da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) a manteve em linha com o previsto.
Já a XP classificou os números como resilientes, chamando a atenção para a receita total de serviços que ficou levemente acima do esperado. Os analistas Bernardo Guttmann e Luis Chagas avaliam que o avanço foi impulsionado pela expansão do pós-pago móvel e da internet fixa via fibra óptica.
“Além de crescer acima da inflação, a qualidade da receita continua sendo um destaque, reforçando a fidelidade dos clientes e o sucesso dos pacotes convergentes”, afirmam os analistas da XP, que destacam o portfólio de alta qualidade da companhia e seu ecossistema digital em crescimento, que geram fluxos de caixa estáveis e crescentes.
Outro destaque para a XP é o Vivo Total, que reforça a fidelidade dos clientes. Esse plano ajudou as receitas fixas da companhia a avançarem 8%. Além disso, a fibra óptica registrou expansão superior a 10% ano a ano, impulsionada por um aumento de 12,6% na base de clientes e por uma taxa de cancelamento de 1,46%, a menor da série histórica.
Lucro líquido vem abaixo das estimativas
Apesar dos resultados da Telefônica estarem em linha com as projeções do mercado, o lucro líquido da empresa de telefonia deixou a desejar para XP e Itaú BBA.
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Para o Itaú BBA, o lucro líquido foi 13% menor que o esperado pelo Itaú BBA, devido ao peso das despesas financeiras, mesmo que parcialmente compensadas por uma alíquota efetiva de imposto mais baixa sobre os pagamentos de juros sobre capital próprio. Ainda assim, os analistas Pablo Ricalde Martinez, Maria Clara Infantozzi e Leonardo Cintra veem a empresa como defensiva em períodos de volatilidade.
O que fazer com as ações da Telefônica após balanço?
A XP mantém recomendação de compra para as ações da Telefônica, com preço-alvo de R$ 36, o que representa um potencial de valorização de 17,9% em relação ao último fechamento do papel.
O Bradesco BBI tem recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações da Telefônica, com preço-alvo de R$ 37.
Já o Itaú BBA mantém recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações da Telefônica (VIVT3), com preço-alvo de R$ 35, o que representa um potencial de valorização de 14,6% ante o último fechamento do papel.