Os analistas do setor de construção civil do BTG Pactual reiteram a preferência pelas ações da Tenda (TEND3) entre as empresas do mercado imobiliário do segmento econômico, dentro do Minha Casa Minha Vida (MCMV). O banco tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 18, o que representa um potencial de alta de 67% sobre o fechamento do papel no pregão de terça-feira (25).
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A visão do time do BTG é que a Tenda tem evoluído em seu processo de reestruturação das operações e que representa uma boa oportunidade de retorno para investidores, dado o valor descontado das ações. Essa avaliação foi reiterada após os analistas do BTG Pactual Gustavo Cambaúva e Elvis Credendio realizarem reunião com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Tenda, Luiz Mauricio Garcia, e o gerente do setor, Leonardo Dias.
“Com a recuperação operacional, reconhecemos o perfil de investimento arriscado da Tenda, mas observamos que os níveis de rentabilidade do MCMV estão bastante elevados no momento”, afirmaram os analistas, em relatório. “A ação é nossa preferida (top pick), pois oferece a maior vantagem em nosso universo de cobertura, refletindo seu valuation (valor do ativo) descontado (3,5 vezes P/E estimado para 2025)”, descreveram.
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Os principais destaques da reunião foram a confirmação pelos representantes da Tenda de que a demanda por residências pela população de baixa renda segue forte e que as margens estão em trajetória de alta. Foi citado na reunião entre as partes que a demanda forte no MCMV levou a Tenda a continuar aumentando os preços dos imóveis, e que a velocidade de vendas começou o segundo trimestre em um ritmo consistente.
No caso da margem, o ganho virá do novo regime especial tributário (RET 1) que reduziu de 4% para 1% a alíquota de projetos da faixa 1 do MCMV. A expectativa é que a margem bruta poderia atingir uma taxa média de execução de 35%, com base em novos projetos. Além disso, a expectativa é que o MCMV conte com uma suplementação no orçamento na ordem de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões, conforme foi prometido pelo ministro das Cidades, Jader Filho.
Também foi discutido na reunião com a Tenda que a concessão de pró-soluto (financiamento direto ao cliente) pode permanecer elevado por algum tempo, mas as provisões para inadimplência têm se mantido sob controle.
Alea
Segundo o BTG, a Tenda reiterou que está expandindo as operações da Alea, sua divisão de casas pré-fabricadas de madeira. O negócio deve registrar consumo de caixa em 2024, conforme já anunciado nas projeções oficiais, mas com tendência de reversão disso em meados de 2025. Um ponto a ser monitorado é que a Tenda não descarta trazer investidores para a Alea, tendo em vista que um acordo privado poderia desbloquear o valor dessa divisão de negócios – algo não totalmente percebido pelo mercado, na visão dos analistas.
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