A construtora Tenda (TEND3), focada no programa federal Minha Casa Minha Vida (MCMV), fechou o segundo trimestre de 2023 com prejuízo líquido consolidado de R$ 10,5 milhões, o que representa uma perda 91% menor do que no mesmo período do ano passado, quando teve prejuízo de R$ 114,4 milhões.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e consolidado atingiu R$ 47,7 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 32,3 milhões do mesmo período do ano anterior. O dado ajustado desconsidera o efeito do plano de ações, entre outros itens. A margem Ebitda foi de 6,7%.
A receita líquida consolidada foi a R$ 710,5 milhões, crescimento de 13,3%, decorrente da melhora nas vendas de imóveis e da subida dos preços que vem sendo praticada pela companhia há vários trimestres seguidos com o objetivo de recompor a sua rentabilidade após os estouros nos orçamentos de obras.
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O preço médio dos apartamentos da Tenda foi de R$ 203 mil no segundo trimestre ante R$ 177 mil um ano antes. No mês de julho, chegou a R$ 210 mil, já absorvendo os novos incentivos ao MCMV.
Assim, a margem bruta chegou a 22,4%, aumento de 6 pontos porcentuais na mesma base de comparação. A meta para 2023 é de 24% a 26%. Por sua vez, a margem dos resultados futuros a apropriar (margem REF) foi a 31,4%, subida de 6,5 pontos porcentuais.
A partir do terceiro trimestre, a receita deve começar a ser majoritariamente de projetos lançados a partir de 2022, enquanto os projetos antigos e com problemas de custo serão minoria – o que deve ajudar a reforçar margens.
A Tenda informou ainda que as mudanças no MCMV tiveram efeito positivo imediato sobre as vendas. A companhia atingiu em julho o maior volume mensal de vendas desde maio de 2022, com 1.588 unidades vendidas no mês (17% acima da média mensal do primeiro semestre) mesmo com o preço maior.
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O grupo também está com visão positiva para Alea – braço de construção em madeira. A previsão é que os projetos aí devem totalizar um volume de lançamento entre 1.500 e 2.000 unidades no ano.
A Tenda reportou geração de caixa operacional consolidada recorde, no valor de R$ 180,0 milhões. A alavancagem medida pela razão entre a dívida líquida corporativa e o patrimônio líquido fechou o segundo trimestre em 42%, patamar abaixo do limite de 85% estabelecido pelos contratos com credores (covenants).
O que diz a direção
Na apresentação dos resultados, a diretoria da Tenda afirma que o momento mais desafiador da companhia ficou para trás após os estouros de orçamento do passado e a revisão de processos operacionais e financeiros. Na avaliação da diretoria, a jornada de recuperação da construtora tem sido notável.
Segundo a companhia, a recuperação tem sido impulsionada por uma série de fatores-chave. Em primeiro lugar, foi realizada uma profunda revisão dos processos operacionais, visando a aprimorar a eficiência e a qualidade em todas as etapas do negócio. “Essa iniciativa tem resultado em uma maior produtividade, uma redução significativa de retrabalhos e desperdícios, e um aumento da satisfação dos clientes”, afirma.
Também foi implementada uma gestão financeira rigorosa e estratégica, analisando os custos detalhadamente e identificando oportunidades de otimização de geração de caixa. “No processo de retomada pela rentabilidade, um dos sinais mais claros da nossa evolução é a subida do nosso preço médio de venda”.
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