As emissões de títulos públicos do Tesouro Nacional somaram R$ 99,1 bilhões em agosto, segundo menor valor mensal de 2024, acima apenas das emissões de junho, de R$ 69 bilhões, informa a Warren Investimentos, em relatório elaborado pelo estrategista-chefe Sérgio Goldenstein. No ano, o Tesouro já emitiu R$ 1,025 trilhão, ante R$ 915 bilhões no mesmo período de 2023.
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As vendas de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) continuaram se sobressaindo ante as de prefixados e de títulos atrelados à inflação, o que tem sido a tônica das emissões desde o começo do ano. Dos R$ 99,1 bilhões emitidos, 56,9% foram de LFT, ou R$ 56,4 bilhões, ainda assim menor do que em julho (R$ 95,4 bilhões).
“Apesar de o Tesouro ter reduzido de forma relevante as colocações de LFT, estes papéis continuaram a liderar as emissões, acarretando um aumento do desvio em relação ao teto do intervalo do PAF para a composição por tipo de indexador, tornando ainda mais provável que o Tesouro divulgue uma revisão”, avalia Goldenstein, lembrando que o mês passado teve cinco ofertas de títulos prefixados e quatro de LFT e de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). O Tesouro informou há pouco que fará nesta quarta-feira “uma divulgação referente ao PAF”, que é o Plano Anual de Financiamento da dívida.
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A fatia das NTN-B emitidas no mês subiu de 11% em julho para 19,1% em agosto, ou R$ 18,9 bilhões. Ainda assim, segundo o estrategista, “o volume pode ser considerado frustrante, tendo em vista o resgate de R$ 255 bilhões desses títulos no mês”.
Os prefixados representaram 24,0% das emissões em agosto, somando R$ 23,8 bilhões. “A oferta de títulos prefixados continuou comedida no mês, em razão de uma combinação de fatores”, diz o estrategista, citando o período de hiato de dealers entre os dias 1 e 10 e o menor apetite a risco em 1º/8, véspera da divulgação do payroll nos EUA e também por tensões geopolíticas no Oriente Médio. Acrescenta ainda a dinâmica negativa do mercado de juros futuros antes da divulgação dos editais dos leilões de 8/8 e 29/8.
Colchão de liquidez
A Warren traçou alguns cenários de emissão média semanal, a partir do pressuposto de um déficit primário efetivo do Governo Central de R$ 58 bilhões, que é o cenário-base da área fiscal da instituição, integralmente financiado via emissão de títulos. A média semanal de 2024 atualmente está em R$ 29,3 bilhões.
Para manter o colchão de liquidez constante até o fim do ano em relação ao fechamento de 2023, em R$ 982 bilhões, a colocação média por semana a partir de hoje (3) teria que ser de R$ 28,8 bilhões. “Esse valor cairia para R$ 17,4 bilhões supondo um colchão de R$ 800 bilhões no fechamento de 2024 e para R$ 4,9 bilhões no caso de um colchão de R$ 600 bilhões”, prevê.