A emissão de títulos verdes na América Latina mais do que dobrou em menos de dois anos, conforme um levantamento da Climate Bonds Initiative (CBI), uma instituição britânica que é certificadora desses ativos e uma referência internacional sobre o tema. O trabalho foi confeccionado com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da International Finance Corporation (IFC). O financiamento verde é um dos temas mais importantes a serem tratados durante a Convenção do Clima (COP26), que começou hoje na Escócia e vai até o dia 12 de novembro.
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No ano passado, a região já havia alcançado seus maiores números de títulos verdes, de acordo com o documento “América Latina e Caribe (LAC): Relatório sobre a situação do mercado”, e tende a repetir o desempenho em 2021. De setembro de 2019 a junho passado, a emissão de títulos verdes passou de US$ 13,6 bilhões para US$ 30,2 bilhões. O resultado tem como destaques uma emissão soberana da República do Chile (US$ 3,8 bilhões) e de vários lançamentos feitos pelo Brasil, que totalizam US$ 2,5 bilhões.
A CBI identificou que os emissores corporativos e soberanos prevaleceram no mercado da América Latina, enquanto o volume dos bancos de desenvolvimento caiu para 14% cumulativamente, de 18% desde 2019. Empresas não financeiras (39%) e emissões soberanas (25%) mantiveram as primeiras posições em termos cumulativos. Outro recorte do levantamento mostra que títulos com prazos acima de 10 anos aumentaram de 14% para 30% (US$ 8,7 bilhões) em termos de volume emitido no final de junho. No período avaliado, Barbados e Bermudas entraram no mercado de títulos verdes.
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Em relação ao uso dos recursos, energia continua a ser o setor mais financiado na região, respondendo por 44% (US$ 13,2 bilhões) do valor acumulado emitido, seguido por Transporte (28%) e Uso do solo (12%). A emissão total de Títulos Sociais e de Sustentabilidade Verdes (GSS, na sigla em inglês) no ano passado totalizou US$ 16,3 bilhões, um crescimento de 82% em relação a 2019 (US$ 8,9 bilhões) e já atingiu US$ 12,5 bilhões em 2021 no primeiro semestre deste ano. Mais uma vez são o Chile (US$ 17,8 bilhões) e o Brasil (US$ 11,7 bilhões) que abrigam os maiores mercados de títulos GSS da região. O México está em terceiro lugar, com US$ 7,8 bilhões de volume GSS.