Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) mais curtos subiram nesta quarta-feira (22), com ganho de fôlego após a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento mostrou que vários dirigentes ainda não descartam elevar juros, caso riscos à inflação se materializem, enquanto o banco central mantinha a cautela antes de optar por reduzir as taxas, ainda à espera de maior certeza sobre o quadro na desinflação.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,873%, o da T-note de 10 anos subia a 4,424% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,541%.
Vários dirigentes mencionaram na reunião mais recente do Fed que consideravam elevar juros, caso riscos se materializem de modo a tornar apropriada essa ação. A ata ainda mostrou o comando do Fed bastante cauteloso, antes de optar por cortar taxas, e os dirigentes falaram sobre a perspectiva de manter a política restritiva por mais tempo que o antes esperado, diante do avanço contido rumo à meta.
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Após a divulgação do documento, os juros dos Treasuries ganharam fôlego. No monitoramento do CME Group, a curva futura voltava a sinalizar chance mais provável de apenas um corte de 25 pontos-base em todos este ano, embora em quadro de divisão com a possibilidade de uma redução total de 50 pontos-base.
Na avaliação do BMO Capital, o tom mais duro da ata já seria esperado, pois a decisão ocorreu antes dos dados de inflação de abril. A Capital Economics avaliou que a ata reforçava a mensagem de juros mais altos por mais tempo, considerando-a “um pouco hawkish”. A consultoria acredita que os dados de emprego, atividade e preços de abril podem ter suavizado um pouco os temores expressos na ata, mas acrescenta que deve levar “ao menos vários meses” até que os dirigentes tenham confiança para cortar juros, o que para a Capital não deve ocorrer antes de setembro. Já o Citi via pouca novidade no documento e acreditava que o enfraquecimento no mercado de trabalho e na inflação deve levar a um início dos cortes em julho.