Os juros dos títulos dos Estados Unidos (Treasuries) avançaram ao longo da curva desta sexta-feira (1°), com forte movimento nas pontas longas, após o mercado voltar a se posicionar para uma vitória do candidato republicano Donald Trump em um contexto de corrida presidencial extremamente acirrada. O posicionamento acabou prevalecendo sobre o impacto inicial do payroll de outubro – que mostrou criação de empregos muito abaixo das expectativas, mas avanço salarial acima do esperado – sob impacto de distorções provocadas por furacões e greves.
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No fim da tarde, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,208%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,378% e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,572%. Na máxima intraday, o retorno da T-note de 10 anos tocou maior nível desde o começo de julho.
Na reta final para a eleição presidencial americana, prevalece no mercado a leitura de que as políticas econômicas propostas pela vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump podem ampliar o déficit fiscal, complicando a última etapa da batalha do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para combater a inflação. Mas a perspectiva de que as propostas protecionistas de Trump, se implementadas, poderiam elevar a guerra comercial a outro patamar gera apreensão adicional quanto ao efeito na inflação e acaba dando ímpeto para as taxas dos Treasuries.
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As taxas da T-Note de 2 anos subiam pela quinta semana seguida, segundo a Dow Jones Data, a série mais prolongada de avanço desde 26 de abril de 2024.
Mais cedo, as taxas chegaram a cair com o efeito do relatório de emprego. A criação de empregos nos EUA em outubro frustrou por uma ampla diferença o piso das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, mas o relatório sinalizou estabilidade da taxa de desemprego e avanço salarial apenas moderado.
Já os índices de atividade industrial americanos acabaram ajudando a consolidar as expectativas por relaxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed) de 25 pontos-base na próxima semana.