Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) caíram nesta terça-feira (7), com investidores atentos a declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Mesmo que o comando da instituição ainda não descarte mais aperto, a depender da trajetória da inflação, continuou a predominar a expectativa no mercado de que não deve haver mais altas nos juros.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,932%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,569% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,736%.
Entre dirigentes, o presidente da distrital de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que o ciclo de aperto será encerrado quando a inflação estiver em queda sustentada. Ele demonstrou otimismo com o progresso no combate à inflação, com desaceleração mais rápida nos últimos meses. Neel Kashkari (Minneapolis), por sua vez, reforçou que o BC americano reagirá aos indicadores, e não descartou que possa ser feito mais no aperto, para garantir inflação na meta.
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Diretor do Fed, Christopher Waller destacou a perda de fôlego no mercado de trabalho, aproximando-se da média vista antes da pandemia. Já outra diretora, Michelle Bowman, disse que ainda está disposta a apoiar nova alta nos juros adiante, caso o progresso nos preços seja interrompido. Lorie Logan (Dallas) destacou a estabilização no mercado de trabalho, em sua fala de hoje.
Em meio às declarações, os juros dos Treasuries mantiveram o viés negativo, com mínimas no meio da tarde. Ex-CEO da Pimco, Mohamed A. El-Erian comentou no X (ex-Twitter) que o Fed estaria “muito obcecado com o conjunto mais recente de dados”. Na avaliação dele, combinado com uma prolongada ausência de uma ancoragem estratégica da política, a “dependência excessiva” da reação verbal a indicadores torna o forward guidance do BC americano algo mais volátil, em um momento mais fluido para a economia, as finanças e a geopolítica global.