Tempo Real

Títulos públicos americanos fecham em alta por riscos eleitorais nos EUA

Os ganhos foram limitados pela expectativa de que o Fed comece a cortar juros em setembro

Títulos públicos americanos fecham em alta por riscos eleitorais nos EUA
(Foto: Envato Elements)

Os rendimentos dos Treasuries – ou seja, dos títulos públicos americanos – subiram hoje (19), em meio aos riscos de que as eleições americanas resultem em uma política econômica inflacionária. Os ganhos, no entanto, foram limitados pela expectativa praticamente universal de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar juros em setembro.

Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,504%, o da T-note de 10 anos ascendia a 4,238% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,451%. Enquanto cresce a pressão democrata para que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista da reeleição, os republicanos se uniram em favor do ex-presidente Donald Trump em convenção que o confirmou candidato nas eleições deste ano.

Neste cenário, Trump abriu vantagem ante Biden em pesquisas de intenções de voto. O cenário se traduziu em escalada das taxas da renda fixa, diante da percepção de que a política comercial de Trump poderia reverter os progressos recentes no combate à inflação. “Uma potencial presidência de Trump poderá causar alguma volatilidade adicional. Mesmo que exista um cenário em que a curva se estabeleça em níveis de rendimento mais elevados, o impacto exato é incerto”, pondera o gerente de portfólio da TwentyFour Asset Management, Dillon Lancaster.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Segundo ele, o mercado agora está cada vez mais confortável com o cenário de inflação atual. “Acreditamos que os Treasuries continuarão a ser negociados em uma faixa estreita por enquanto e, nesses níveis, oferecem um bom seguro para eventos de aversão ao risco”, pontua.

Na próxima semana, os dirigentes do Fed entram em período de silêncio antes da reunião de política monetária do final de julho. Investidores vão monitorar a leitura de junho do índice de preços com gastos com consumo (PCE), a métrica inflacionária preferida do Fed. Mesmo assim, o BMO Capital Markets considera improvável que os eventos dos próximos dias revertam o otimismo por cortes de juros a partir de setembro. Um apagão cibernético global ficou no radar durante a manhã, mas os impactos no mercado foram limitados.