Os rendimentos dos Treasuries avançaram hoje, em uma cenário no qual indicadores econômicos dos Estados Unidos reforçaram a visão de resiliência da economia do país, o que sugere um potencial maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed), elevando os juros. Além disso, dirigentes de bancos centrais de outras economias relevantes sinalizaram continuidade nas condições restritivas para combater a inflação, o que deu fôlego a rendimentos de títulos públicos em geral.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,753%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,754% e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,831%.
O surpreendente salto das vendas de moradias novas e das encomendas de bens duráveis nos EUA reforçaram a tese de resiliência na maior economia do planeta, o que o analista da Oanda Edward Moya acredita que pinta uma imagem de uma economia resiliente, e que pode estar sujeita a mais aperto do Fed. A ferramenta de monitoamento do CME apontava 24,7% de chance de uma alta acumulada de 50 pontos-base nos juros básicos até novembro, em relação ao nível atual, entre 5,00% e 5,25%. Ontem, essa precificação era de 16,3%. A probabilidade de uma elevação ainda maior, de 75 pontos-base, nesse período subiu de 1,1% a 2,8%. Por outro lado, o risco de que a taxa básica chegue à ocasião no intervalo entre 5,25% e 5,50% caiu de 62,8% a 59,9%.
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Moya lembra que Banco Central Europeu (BCE) também sinalizou que não há fim à vista para o ciclo de aumento das taxas e isso também ajudou a elevar os rendimentos dos títulos globais. Além de falas de diversos dirigentes, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse nesta terça-feira que a inflação da zona do euro está muito alta e assim continuará por muito tempo. Neste contexto, Lagarde reiterou que o BCE precisa elevar seus juros a níveis “suficientemente restritivos” e mantê-los nesse patamar “pelo tempo que for necessário”.
Ainda hoje, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou que leiloou US$ 43 bilhões em T-notes de 5 anos, com rendimento máximo de 4,019% – acima da média recente de 3,754%, de acordo com o BMO. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,52 vezes, abaixo da média recente, de 2,53 vezes.