Depois de um pregão com altas e baixas, os rendimentos dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) chegaram ao fim desta tarde sem direção única nesta quinta-feira (21), com a ponta curta em queda e a longa em alta. O retorno do T-bond de 30 anos voltou a operar acima de 4%, enquanto o mercado se ajusta às expectativas para a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) após dados do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE) surpreenderem o mercado.
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O juro da T-note de 2 anos caía neste fim de tarde a 4,360%, enquanto o da T-note de 10 anos subia a 3,890% e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,031%.
Para analistas, os dados do PIB e do PCE de hoje sugerem que o Fed está perto de atingir seu objetivo e, portanto, reforçam a expectativa de início em breve do novo ciclo de afrouxamento monetário. Ferramenta do CME Group aponta chance estimada de 83% de início dos cortes de juros pelo Fed em março. Mais cedo, o mercado chegou a precificar como cenário mais provável redução de 175 pontos-base nos juros ao longo de 2024, mas ao fim do dia voltou a prevalecer a expectativa por corte de 150 pontos-base até o fim do próximo ano.
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A Oxford Economics avalia que a desaceleração da inflação apontada hoje ajuda a justificar a mudança para um comportamento mais “dovish” por parte do Fed e, se sustentada, “abre a porta para cortes nos juros mais cedo do que a nossa previsão atual, de início em setembro”.
O economista-chefe do PNC Financial Services Group, Gus Faucher, ressalta, porém, que os dirigentes do Fed provavelmente irão querer ver mais do que apenas um trimestre de núcleo da inflação na meta antes de cortar juros, já que mesmo com a revisão para baixo no PIB, os números ainda mostram uma economia bastante forte, com uma demanda sólida.