Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram nos vencimentos de curto prazo nesta quarta-feira (14), após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos corresponder à expectativa do mercado, em termos gerais, enfraquecendo as apostas em alívio monetário mais incisivo pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em setembro. As taxas longas, contudo, cederam.
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O juro da T-note de 2 anos subia de 3,939% ontem para 3,957% nesta tarde, ainda que tenha desacelerado da máxima intradiária de 3,9954% atingida após a divulgação do CPI. O da T-note de 10 anos recuava de 3,849% para 3,832%, revertendo o avanço registrado após o dado de inflação. O rendimento projetado no T-bond de 30 anos cedia de 4,162% para 4,120%.
O indicador apontou que a inflação do país em 12 meses foi abaixo de 3% pela primeira vez desde março de 2021 e manteve a expectativa de redução nos juros americanos em setembro. Mas o dado acabou ampliando a aposta em um alívio mais brando.
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Por volta das 16h40 (de Brasília), a chance de o BC americano cortar as taxas de juros em 25 pontos-base (pb) – ao intervalo de 5,00% a 5,25% – no próximo encontro estava em 64,5%, segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group. Já a probabilidade de uma redução de 50 pb recuava a 35,5%.
“O relatório do CPI de hoje é novamente uma notícia inequivocamente bem-vinda para o Fed, já que a dinâmica principal continua a se mover na direção certa”, escreveram analistas da TD Securities. Para a instituição, o Fed dará início ao ciclo de flexibilização com um corte de 25 pontos-base em setembro, mas uma redução de 50 pontos-base não está completamente fora de questão.
Na visão do time de economistas do Bradesco, os dados, em adição à surpresa positiva com o PPI de ontem, reforçam a trajetória benigna de inflação nos EUA, em direção à meta de 2,0%. Os números sugerem uma alta mensal de 0,18% do núcleo do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (índice de preços PCE) – a métrica preferida do Fed para medir a dinâmica inflacionária – em julho.