Os retornos dos Treasuries não tiveram sinal único, após ganhos recentes, mesmo com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continuando a sugerir que haverá mais aperto monetário para conter a inflação. Um dado do setor imobiliário pressionou os retornos, e houve mínimas no fim da manhã em linha com a piora em Nova York, em sessão fraca do mercado acionário.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,220%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,572% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,784%.
Os juros operavam mistos desde cedo. Na agenda de indicadores, houve pressão sobre os retornos após as construções de moradias iniciadas dos EUA mostrarem queda, embora ela tenha sido menor que a prevista por analistas.
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Entre dirigentes do Fed, Raphael Bostic (Atlanta) comentou que seu cenário-base é de uma alta de juros em maio. Ele defendeu ainda que os juros sejam mantidos em nível alto por um tempo, a fim de garantir o controle da inflação. Jim Bullard (St. Louis) também defendeu juros mais altos, minimizando o risco de recessão na economia americana.
O NatWest destaca em relatório que há vários dirigentes do Fed falando nos últimos dias, antes do período de silêncio na prévia da decisão de maio. Segundo o banco, uma alta de 25 pontos-base agora partiria da ideia de que isso poderia evitar altas adicionais para conter a inflação ou postura ainda mais restritiva adiante. Já o argumento pela manutenção seria de que uma nova alta nesse nível teria impacto modesto na inflação, mas provocaria mais riscos de baixa para a economia, em quadro também de fragilidade na confiança e aperto nas condições de crédito, após turbulências bancárias.
O BMO Capital via hoje os juros dos Treasuries oscilando na mesma faixa. Na avaliação do banco de investimentos, os dirigentes mantiveram a mensagem sobre nova alta de juros em maio, o que não teria o potencial de surpreender os mercados, apontou. O BMO Capital afirma que a questão é se a taxa terminal de juros “chegará em uma estilo hawkish ou dovish”. Para o BMO, é mais provável uma “alta dovish” em maio, com dirigentes em geral enfatizando que o fim do ciclo de aperto está próximo.