Os rendimentos dos Treasuries operaram em alta hoje, em uma sessão com alívio em virtude da crise recente no setor bancário americano. Além disso, em semana na qual os dados de inflação dos Estados Unidos em abril serão divulgados, investidores estão atentos à postura do Federal Reserve (Fed) em seu aperto monetário e a continuidade, ou não, da alta de juros. Outro tema que pesa nas perspectivas para a política monetária no país são as condições de crédito.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 3,999%, na máxima do dia, o da T-note de 10 anos avançava a 3,511% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,830%.
Quanto ao Fed, no monitoramento do CME Group, há modesto crescimento na chance de alta de 25 pontos-base nos juros pela autoridade na próxima decisão, de 14 de junho, a 10,9% (de 8,5% na sexta-feira), mas com ampla expectativa (89,1% agora, de 91,5% na sexta) de manutenção nos juros. Analistas destacam ainda a importância dos sinais de aperto no crédito e de leituras da inflação, como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que sai nesta quarta-feira, para a trajetória do Fed.
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O Citi espera um aumento de 0,435% mensal no núcleo do CPI em abril. Os sólidos dados de inflação de abril e maio divulgados antes da reunião do Fed de junho tornam as revisões para cima nas previsões de inflação do Fed muito prováveis, na opinião do banco. “A inflação acima do esperado é o principal fator que nos leva a ainda fixar taxas de juros nominais mais altas este ano, com nosso cenário base permanecendo para novos aumentos de juros em junho e julho”, afirma.
Os bancos dos EUA têm restringido o crédito em diversas modalidades, de acordo com o Senior Loan Officer Opinion Survey, relatório trimestral do Fed publicado hoje. O levantamento mostra ainda que os bancos projetam um aperto nas condições de crédito no restante do ano atual. A publicação apoia o tom mais cauteloso de dirigentes da autoridade monetária em relação às perspectivas para os juros, avalia o CIBC Economics. O banco canadense explica que, conforme a pesquisa, “relativamente poucos” bancos relataram mudanças “consideráveis” no crédito. “A falta de uma mudança ‘considerável’ da maioria dos bancos sugere que as apostas do mercado em uma mudança rápida para cortes nas taxa de juros são equivocadas”, avalia.