Os retornos dos Treasuries subiram hoje, revertendo o movimento da sessão anterior. Investidores se posicionavam para a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na próxima semana, com expectativa por mais aperto monetário, e também havia realização de lucros, segundo analistas.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,320%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,487% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,439%.
O monitoramento do CME Group continuava a mostrar ampla chance de (de quase 80% no fim desta tarde) de uma alta de 50 pontos-base (pb) nos juros pelo Fed na próxima semana. O Bank of America também acredita em uma alta neste nível agora, e projeta mais uma elevação de 50 pb em fevereiro e outra de 25 pb em março, com a taxa terminal no atual ciclo de aperto na faixa entre 5,00% e 5,25%.
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O BofA adverte, porém, que a resistência mostrada pelo mercado de trabalho americano faz com que exista a chance de uma taxa mais alta no fim do ciclo de aperto. Já na próxima quarta-feira, o banco acredita que o presidente do Fed, Jerome Powell, deve voltar a falar contra a ideia de uma inflexão dovish do BC americano, no quadro atual de inflação ainda bem acima da meta.
O diretor de renda fixa da Strategas, Tom Tzitzouris, afirmou à Dow Jones Newswires que hoje alguns investidores aproveitaram para realizar lucros no mercado de Treasuries, também ante certa preocupação com o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que sai nesta sexta-feira. Também está na agenda a pesquisa da Universidade de Michigan que inclui expectativas para a inflação nos EUA. Além disso, a inversão na curva de retornos dos Treasuries segue como foco, já que para alguns analistas este é um prenúncio de recessão mais adiante nos EUA.
O Julius Baer, por sua vez, afirma em comentário a clientes que projeta cortes nos juros pelo Fed em 2023. No curto prazo, o banco vê o mercado posicionado para altas menores duras nos juros por grandes bancos centrais, mas adverte que pode haver desapontamento entre investidores que aguardam postura mais dovish, no contexto atual.