Os rendimentos do Treasuries operaram em baixa por mais uma sessão, seguindo a publicação de indicadores da economia dos Estados Unidos e o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed) ontem. As falas do dirigentes consolidaram a perspectiva de desaceleração na alta de juros pelo banco central americano já em dezembro, quando é amplamente esperado uma elevação de 50 pontos base nos juros. As atenções se voltam agora para a publicação do payroll de novembro nos EUA.
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No fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,231%, a T-note de 10 anos caía a 3,507% e o T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,608%.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – medida de inflação preferida do Fed – subiu 0,3% em outubro ante setembro, segundo dados publicados hoje pelo Departamento do Comércio do país. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% no mesmo período, abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam alta de 0,3%.
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Para o BMO Markets, foi uma sessão “inquestionavelmente otimista” levando não apenas em conta is dados de empregos de novembro, mas também o início do período de silêncio do Fed antes da reunião de dezembro e, mais importante, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em 13 de dezembro, o que levou os rendimentos de dois anos ao menor nível desde o início de outubro.
“Como Powell abordou ontem, o crescimento salarial é consistente com uma economia forte, mas a atual taxa de aumento não é consistente com uma meta de inflação de 2%. Há poucas dúvidas de que o Fed seja capaz de aumentar o desemprego e baixar os salários; está contendo esse dano e realizando o evasivo pouso suave que representa o caminho estreito que os formuladores de políticas monetárias devem navegar no próximo ano”, avalia o BMO Markets.
A economia dos Estados Unidos criou 200 mil postos de trabalho em novembro, de acordo com a mediana das projeções de 26 economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. Se confirmado, o resultado representará uma desaceleração ante o número de outubro, mas a ritmo insuficiente para alterar a percepção de um mercado de trabalho apertado nos EUA e, por consequência, de que o Federal Reserve (Fed) seguirá com caminho livre para continuar subindo os juros, avaliam economistas.